Um novo manual escolar norte-coreano afirma que Kim Jong-un aprendeu a guiar quando tinha apenas três anos de idade. A façanha é apenas uma de muitas que, agora, passarão a ser ensinadas na disciplina Atividades Revolucionárias de Kim Jong-un, introduzida recentemente nas escolas da Coreia do Norte.

Kim Jong-un era um menino prodígio. Desde cedo mostrou ter capacidades extraordinárias, superando em engenho e sabedoria as outras crianças da sua idade. Aos três anos, aprendeu a guiar sozinho. Aos nove, mostrou ser um marinheiro nato, ao ganhar uma corrida contra o diretor-executivo de uma empresa internacional de iates, que estava de visita ao país.

“Aos nove anos, Kim Jon-un competiu contra o diretor-executivo de uma empresa estrangeira de iates que, na altura, estava a visitar a Coreia do Norte”, refere o manual, acrescentando que ele ganhou contra todas as probabilidades.

Para além de marinheiro, o líder da Coreia do Norte parece ter também vários dotes artísticos. De acordo com o manual, Kim Jong-un é um artista talentoso e, à semelhança do pai, terá composto várias obras musicais ao longo dos seus 32 anos de vida.

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De acordo com a United Press International, a nova disciplina foca-se exclusivamente na vida do líder norte-coreano e foi introduzida no plano curricular para o ano de 2015. Apesar do nome, esta não inclui qualquer referência à história do país.

Para Toshimitsu Shigemura, professor na Universidade Waseda, em Tóquio, a nova disciplina sugere que o jovem ditador ainda não conseguiu ganhar o apoio total da população. “Isto diz-nos que o seu governo ainda não é estável”, disse o especialista na Coreia do Norte ao Telegraph. “Um líder da Coreia do Norte precisa de ter sucesso e de resultados e, até agora, ele ainda não consegui fazê-lo”.

“Não há muita gente no Norte que respeite Kim, por isso ensinam às crianças quão poderoso ele é. As crianças acreditam nisso, claro, mas os professores não têm outra alternativa senão acreditar nisso”.

Kim Jon-il, o feiticeiro que conseguia mudar o tempo

À semelhança de Kim Jon-un, também o seu pai, Kim Jong-il, era capaz de realizar feitos extraordinários. O antigo líder, que terá morrido em dezembro de 2011, aprendeu a andar aos três meses de idade e a falar aos oito.

Kim Jon-il nasceu em fevereiro de 1942, numa cabana na encosta da montanha Barkdu. O seu nascimento foi anunciado por uma andorinha e por um arco-íris duplo. No dia do seu nascimento, uma nova estrela surgiu no céu.

Começou a andar e falar precocemente e, na escola, tinha por hábito corrigir os professores por interpretarem os acontecimentos históricos de forma errada. Estudou na Universidade Kim Sung II, onde se licenciou em 1964. Durante o tempo que a frequentou, escreveu 1.500 livros.

Escreveu seis óperas em apenas dois anos, que “são melhores do qualquer outras na história da música”, refere a sua biografia original. Artista completo, aventurou-se também no mundo do cinema. Realizou o filme Diário de uma Estudante, cujo guião terá “melhorado”.

No desporto, mostrou-se ser um hábil jogador de golfe. Segundo o Telegraph, pegou num taco de golfe pela primeira vez em 1994. Foi ai que, em apenas 38 rounds, conseguiu realizar 11 holes-in-one. Satisfeito com a sua performance, decidiu retirar-se do golfe. Nunca mais voltou a jogar.

Para além de artista, realizador de cinema e jogador de golfe, Kim Jong-il foi também o criador do hambúrguer. Diz-se que era capaz de mudar o estado do tempo apenas com o poder da mente.

À semelhança do que também acontecia com o seu pai, Kim Il-sun, Kim Jong-il era considerado um ser perfeito, intocado “por qualquer função de base humana”.

“Estava convencido, estávamos todos convencidos, que nenhum deles urinava ou defecava. Quem poderia imaginar tais coisas dos deuses?”, escreveu um desertor.

Kim Jong-il morreu em dezembro de 2011. Apesar de a sua morte ter acontecido num domingo, esta só foi anunciada na segunda feita. “O seu último desejo foi que não queria arruinar o domingo, porque é o dia de descanso do povo”, explicou Kim, uma estudante norte-coreana, ao Daily Mail. Antes de morrer, “assinou documentos para distribuir um quilo de peixe a todas as pessoas em Pyongyang”. Em sua honra, foi escrita a música “Não Há Pátria Sem Ti”.