O governo alemão, liderado por Angela Merkel, tem uma equipa a trabalhar num plano que poderá ser ativado caso a Grécia falhe um reembolso de dívida pública nas próximas semanas, algo que vários especialistas veem como cada vez mais provável dado o arrastar das negociações com os credores. Segundo notícia do “Die Zeit”, o plano tentará manter a Grécia na zona euro mesmo se houver um “default” na dívida. O governo alemão recusa comentar a notícia.
O “Die Zeit” não especifica as fontes onde obteve a informação. Mas assegura que o governo alemão está a levar muito a sério o risco de a Grécia não conseguir pagar um dos próximos reembolsos de dívida, um receio fundamentado na cada vez maior escassez de fundos à disposição do Tesouro de Atenas. Se a Grécia cair em “default”, ou seja, não cumprir um dado pagamento de dívida no dia marcado, o BCE teria, em teoria, de cessar o fornecimento de liquidez de emergência aos bancos do país. Seria, para muitos, o início do fim da pertença da Grécia à zona euro.
Mas o governo alemão quer preparar esse eventual cenário e tentar, mesmo assim, manter o país na união monetária. O plano passaria por permitir que o BCE continuasse a financiar os bancos gregos, apesar do episódio de bancarrota do Estado. Para isso, teria de haver uma garantia clara de que a Grécia está disposta a cooperar e corresponder às expectativas dos credores no que diz respeito às reformas do mercado de trabalho e sistema de pensões. Caso contrário, escreve o “Die Zeit”, é quase certa a saída do país da união monetária, ainda que não necessariamente da União Europeia.
Citado pela Bloomberg, o Ministério das Finanças da Alemanha recusou fazer quaisquer comentários à notícia.