O ex-ministro espanhol da Economia e antigo vice-primeiro-ministro no governo José María Aznar (1996 a 2004), Rodrigo Rato foi libertado na madrugada desta sexta-feira após ter sido detido durante sete horas enquanto a sua casa e escritório estavam a ser alvo de buscas, escreve o jornal espanhol El País. Está acusado de fraude, branqueamento de capitais e ocultação de bens.

O ex-político espanhol foi detido esta quinta-feira por volta das 4h00 (3h00, em Portugal) à saída de sua casa em Madrid, Espanha.

Com um amplo currículo, Rodrigo Rato já foi vice-primeiro-ministro de Espanha, ministro das Finanças, chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e presidente do banco espanhol Bankia entre 2010 e 2012. Rato foi também o responsável pela maior vitória de sempre do Partido Popular espanhol em 1996.

As autoridades espanholas fizeram, esta quinta-feira, uma busca à casa do também ex-diretor do Fundo Monetário Internacional. Vários inspetores da Agência Tributária espanhola, apoiados por agentes da Polícia Nacional, revistaram a vivenda do ex-ministro, no bairro madrileno de Salamanca.

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Depois de três horas de busca, Rato deixou a sua casa por volta das 20h00 (19h00, em Portugal). Sem ser algemado, foi escoltado pela polícia para prestar depoimento. Pouco tempo depois, também os agentes abandonaram a habitação com, pelo menos, quatro caixas de documentação e seguiram em direção ao escritório do político agora detido.

Fontes citadas pela agência noticiosa EFE asseguram que a respetiva busca foi autorizada por um juiz a pedido do Ministério Público espanhol. Mas, dizem as mesmas fontes, não há nenhuma ordem de detenção para o ex-presidente do Bankia.

A detenção acontece depois de saber-se que Rato, do Partido Popular (PP), beneficiou da chamada amnistia fiscal aprovada pelo executivo de Mariano Rajoy, em 2012, como conta o El País. Desde então, passou a figurar entre as 705 pessoas a serem investigadas por possível comissão num crime de branqueamento de capitais, através do Serviço Executivo de Prevenção e Branqueamento de Capitais (Sepblac, em espanhol).

O caso remete a uma série de escândalos de corrupção a envolver o PP, que já levou Mariano Rajoy, presidente do Governo espanhol, a pedir desculpa em novembro do ano passado.