Um jornalista do Washington Post, detido há cerca de nove meses no Irão, vai ser julgado por “espionagem e colaboração com governos hostis”, afirmou hoje a advogada, garantindo que estas acusações não se baseavam em “provas estabelecidas”.

Jason Rezaian foi detido a 22 de julho de 2014 na residência de Teerão, com a mulher Yeganeh Salehi, também jornalista e que foi posteriormente libertada.

Rezaian é acusado de ter reunido informações confidenciais e de propaganda contra a República Islâmica, explicou Leila Ahsan, no final do primeiro encontro com o cliente, desde que aceitou o caso no início de março.

Jason Rezaian “é um jornalista e a natureza deste trabalho é obter informações para serem publicadas”, disse Ahsan, garantindo que o correspondente, de 39 anos, não “acedeu a informações confidenciais, direta ou indiretamente”.

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Antes, um responsável da justiça iraniana tinha afirmado que o dossier contra o jornalista irano-norte-americano comportava “diferentes aspetos e era volumoso”.

“O dossier foi enviado para uma câmara do tribunal revolucionário (…), o dossier comporta diferentes aspetos e é volumoso”, declarou o chefe do departamento da justiça de Teerão Gholamhossein Esmaili, quando questionado sobre a demora na análise do caso.

“A câmara do tribunal revolucionário está a analisar vários dossiers e este caso vai ser examinado de acordo com os procedimentos”, acrescentou Esmaili, citado pela agência oficial iraniana ISNA.

As autoridades iranianas não anunciaram qualquer data para o julgamento.