O antigo “tesoureiro” de Auschwitz, Oskar Gröning, de 93 anos, sentou-se esta terça-feira no banco dos réus no tribunal de Luneburg, na Alemanha. Perante sobreviventes e familiares das vítimas do holocausto, Gröning pediu desculpas e assumiu responsabilidade “moral” pela morte de cerca de 300 mil judeus húngaros nas câmaras de gás de Auschwitz.
O antigo guarda do Terceiro Reich é acusado de cumplicidade no assassinato de 300 mil judeus húngaros na chamada “Operação Hungria”, em 1944, e incorre numa pena de três a 15 anos de prisão.
Em sua defesa, e na presença de mais de 60 queixosos, Gröning reiterou que nunca matou ninguém e que “só tomava conta das malas” dos enviados para as câmaras de gás, mas admitiu ser “moralmente cúmplice”, antes de se pôr à disposição da justiça e de pedir desculpa aos presentes.
Gröning, que se considera uma “peça da engrenagem”, tinha como tarefa a recolha do dinheiro, joias e outros objetos de valor dos deportados que chegavam ao campo de concentração, para ajudar financeiramente o regime nazi.
Este é já considerado o último grande julgamento por crimes nazis, dada a idade avançada dos que ainda estão vivos, e deverá prolongar-se até ao final de julho.