O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, admite que “em teoria” é possível que se chegue a um acordo com a Grécia ainda antes de final de abril. Mas, apesar de uma fonte do governo grego garantir que um acordo está “muito próximo“, os analistas continuam a temer que a Grécia acabe por sair da zona euro, o acontecimento que veio a ser conhecido como Grexit. Agora, perante o arrastar das negociações, Ebrahim Rahbari, o mesmo analista que criou o conceito Grexit acredita, agora, que o mais provável no curto prazo é que a Grécia continue a caminhar num limbo de incerteza. Daí, Grimbo.
O léxico da crise grega, que já conta com expressões como Grextension (extensão do programa em fevereiro) e Grexit (junção de Greece e Exit, ou seja, saída), acaba de ser alargado com mais uma expressão criada por Ebrahim Rahbari, que trabalha na equipa de Willem Buiter, o economista-chefe do Citigroup.
“O Grexit – entendido como a introdução de uma nova moeda na Grécia (…) – pode não ser o resultado mais provável no imediato, mas sim o resultado de um processo prolongado, um limbo grego ou Grimbro“, escreve Ebrahim Rahbari em nota de análise enviada aos clientes na terça-feira (ficheiro .pdf disponível nos documentos relacionados).
O termo Grexit tinha sido criado em fevereiro de 2012, por alturas da reestruturação voluntária da dívida grega e antes das eleições legislativas que, à segunda tentativa, colocaram Antonis Samaras e o partido Nova Democracia no poder. Nessa altura, o Citigroup apontava para uma probabilidade de 50% que a Grécia viesse a sair da zona euro nos 18 meses seguintes. A certa altura, o Citigroup chegou a dizer que a probabilidade de uma cisão até 2014 era de 90%.
Não aconteceu, apesar de toda a turbulência recente e que o Citigroup acredita que irá continuar. Recusando “cenários binários” como “saída ou não saída do euro”, o banco de investimento chama Grimbo àqueles “cenários cinzentos em que a Grécia continua sem receber quaisquer fundos da Europa e, por outro lado, também não há uma resolução definitiva no horizonte próximo”.