É tempo de conversar sobre o vinho. E sobre a relação que este tem com a música, a literatura e a saúde. Debaixo de um coreto junto à recentemente elogiada Rua Cor-de-Rosa, em Lisboa — como quem diz Rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré –, acontecem diálogos com hora marcada, entre as 18h00 e as 20h00. Até 14 de maio (o projeto começou a 16 de abril), a Vinharia promove “Quintas com o vinho” e faz de enólogos, artistas e críticos oradores convictos.

Entenda-se por Vinharia a mais recente aposta da Mainside, empresa promotora de projetos como a Lx Factory, Pensão Amor e Casa de Pasto. Inspirado nos antigos armazéns de vinho do século XIX, o espaço vende o produto a “granel” ou a copo e conserva o néctar como se este ainda estivesse na adega. De tanto amor ao que castas tintas e brancas conseguem produzir por este Portugal (e mundo) fora, a Vinharia apostou em conversas que, todas as quintas-feiras, se fazem acompanhar de provas de vinho e petiscos a cargo do chef Diogo Noronha.

_Z2B7842

KENTON THATCHER

A 30 de abril, quando já a cidade estiver a encaminhar-se para o lusco-fusco, é debatido o popular fado vadio que em tempos enchia as tabernas. No coreto juntam-se nomes como Nuno Miguel Guedes, perito em fado, e o músico Carlos Alberto Moniz, que recentemente editou um álbum totalmente dedicado — adivinhe-se — aos vinhos de assinatura portuguesa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na quinta-feira seguinte, 7 de maio, passa-se a palavra a Hipócrates, Pessoa, Cervantes e Dostoiévski, escritores que têm em comum, para além do dom da escrita, o gosto pela bebida, tida como fonte de inspiração. O escritor Francisco José Viegas, o crítico António Falcão e o promotor da livraria Ler Devagar, José Pinho, marcam presença.

E porque a bebida não serve apenas a inspiração humana e faz, de igual forma, um favor à nossa saúde (se ingerida com moderação), a 14 de maio discute-se precisamente isso — os efeitos benéficos do vinho, sobretudo aquele biológico, com o contributo da nutricionista Patrícia Soares e do enólogo Jorge Rosa Santos.

A entrada é livre e só há uma condição para participar. Aliás, duas: gostar de vinho e de conversar.