O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou medidas radicais para controlar a imigração ilegal, incluindo a confiscação dos salários dos indocumentados, após ser revelado que a população estrangeira aumentou 20% em 2014.

O líder conservador anunciou uma nova iniciativa que será incluída no seu programa de Governo para a próxima sessão legislativa, e que será lido pela rainha Isabel II em 27 de maio durante a abertura solene do parlamento britânico.

De acordo com o primeiro-ministro, o plano do governo para controlar a imigração terá três vertentes: combater o trabalho ilegal, reformar as regras laborais e renegociar com a União Europeia (UE) as diretrizes em termos de imigração.

Este último ponto inclui-se no objetivo de Cameron de garantir novas reformas na UE, que ainda não detalhou, antes de convocar o prometido referendo sobre a permanência ou a saída do Reino Unido do bloco europeu.

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Os dois outros objetivos estarão incluídos num projeto de lei do seu novo governo, de maioria conservadora, que pela primeira vez vai considerar um crime o trabalho ilegal ou a contratação de trabalhadores estrangeiros não comunitários em situação irregular.

Cameron avançou com estas medidas após o Instituto Nacional de Estatísticas (ONS) ter registado um aumento da imigração, apesar de a maioria ser provenientes de países da UE.

Os números indicam que em 2014 chegaram ao Reino Unido 641.000 pessoas, mais 21,8% em comparação com 2013, enquanto emigraram 323.000 pessoas, um número que se mantém relativamente estável desde 2010.

Cameron esclareceu ainda que este projeto de lei terá como objetivo, entre outras medidas, forçar as entidades bancárias a verificar as contas das pessoas suspeitas de estarem em situação ilegal e impedir que as companhias contratem os indocumentados.