Sergi Arola, chef catalão de 47 anos, não fala diretamente em estrelas Michelin para o LAB, restaurante que abre no próximo dia 3 de junho ao público, no Penha Longa Resort, em Sintra. Mas não precisa. “Aqui quisemos reproduzir exatamente aquilo que fazemos no Gastro, em Madrid, onde temos muitos clientes portugueses”, diz. Ora, se o referido Sergi Arola Gastro ostenta duas estrelas do célebre guia vermelho será natural que a intenção de Arola e dos responsáveis do espaço passe por obter, igualmente, a mítica distinção dos pneumáticos franceses.
Há quem confunda Sergi Arola com uma rockstar. Compreende-se. (foto: © Marcu Ovidiu)
Mas mesmo sem as ditas estrelas, para já, o LAB tem vista privilegiada para outras. É que a gigante parede envidraçada permite admirar o céu estrelado e a paisagem verdejante do campo de golfe do complexo, bem como os vales que os rodeiam. De resto, a sala, que senta apenas cerca de 30 pessoas, é simples, intimista e mantém o conceito do restaurante. “As mesas e as cadeiras são iguais às do restaurante de Madrid”, conta Arola. As duas enormes telas que, segundo o chef, contam um pouco da sua “história de amor por Portugal” foram pintadas por Juan Cardosa, artista que também tem obras expostas naquele que o chef diz ser o “hermano mayor” deste novo espaço.
Mesmo sem ligar muito a restaurantes é possível que já tenha ouvido falar em Sergi Arola no Penha Longa Resort. Afinal, há oito anos que o chef está presente no complexo, com um restaurante homónimo. Esse mantém-se, paredes meias com o LAB. Até porque, como explica, “os conceitos são diferentes, não se confundem”. Um é mais descontraído, com as suas tapas de assinatura — “ideal para reunir uma grupeta de amigos”, como sugere Vanessa Tomé, responsável de marketing do resort — e o outro bastante mais intimista, onde pratica uma cozinha criativa, com outras aspirações.
“A vontade de abrir este restaurante em Portugal é antiga, andámos dois anos à procura de um espaço em Lisboa, mas depois percebemos que faria todo o sentido fazê-lo aqui.”
Sergi Arola é um apaixonado por Lisboa, que considera “a última capital europeia de verdade”. Não é de estranhar, por isso, que a sua ideia inicial fosse abrir este mesmo restaurante no centro da cidade. Acabou por fazê-lo no Penha Longa Resort, onde, diz, tem o seu “refúgio ideal fora de Espanha”. Tão ideal, aliás, que já pensou em mudar-se permanentemente, quando chegar a altura de pendurar a jaleca. Isto vindo de um homem que assina restaurantes de hotel em metrópoles tão distintas como Barcelona, Istambul ou São Paulo — “nenhum deles como este”, assegura — é um elogio considerável.
A carta do LAB anda, segundo o chef, “um mês e meio atrás” da do restaurante de Madrid. A oferta não é muito extensa, mas pretende ser dinâmica, mudando quatro a seis vezes por ano: neste momento inclui três entradas, quatro pratos principais e duas sobremesas. Esperem-se, no entanto, diversas surpresas vindas da cozinha — por exemplo as tapas em miniatura, servidas a abrir os menus de degustação, recordam não só os outros espaços do chef como servem para fazer uma autêntica Volta a Espanha, das empanadas galegas de atum às cornucópias de camarão típicas da Costa de la Luz, sem esquecer as bombas barcelonesas ou as clássicas patatas bravas, transversais a todas as regiões espanholas, reinventadas por Arola com sucesso assinalável. Curiosamente, a refeição fecha com uma versão doce dessas mesmas miniaturas.
É possível pedir à carta ou optar por três menus: Descobertas (inclui tapa, entrada, prato de peixe, prato de carne e sobremesa e custa 90€ sem vinhos ou 130€ com vinhos), Sergi (inclui tapa, duas entradas, prato de peixe, prato de carne e sobremesa e custa 105€ sem vinhos ou 160€ com vinhos) ou, finalmente, o menu Loucura que permite uma degustação da carta inteira por 130€ (sem vinhos). Uma consulta à lista de vinhos exige algum investimento temporal — são mais de 550 referências, quase uma centena delas a copo. Seja qual for a escolha, o cliente leva sempre a ementa para casa, com um carimbo nos pratos escolhidos e uma assinatura do chef, um ritual também importado do Gastro madrileno.
Estar a meia hora de Lisboa não é, para o chef, um handicap, mas sim um desafio: “queremos criar uma experiência que faça sentir aos clientes que valeu a pena virem até Sintra”. Para se certificar que tal acontece, promete marcar presença com frequência na cozinha do restaurante. E com que frequência? Arola não se compromete, mas garante que quando não estiver ele, estará o seu braço direito: Ferrán Cerro, jovem chef que trabalha consigo em Madrid há já algum tempo. Mas as expetativas do chef são as melhores. E nem podia ser de outra forma — as dos clientes também.
Nome: LAB by Sergi Arola
Morada: Penha Longa Resort, Estrada da Lagoa Azul (Linhó), Sintra
Telefone: 21 924 9052
E-Mail: resort.penhalonga@penhalonga.com
Horário: De quarta a sábado, das 19h00 às 23h00
Preço Médio: 100€
Reservas: Aceitam
