O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, contrariou esta terça-feira o otimismo grego sobre a iminência de um acordo com os credores, alegando que Atenas tem subestimado a complexidade das medidas que lhe são pedidas para recuperar a economia.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tinha afirmado antes que o acordo está “muito próximo” e que Atenas apresentou novas medidas tendo em vista desbloquear os 7,2 mil milhões de euros que fazem parte do empréstimo concedido em 2012 e que estão suspensos há meses.
Dijsselbloem, que é também ministro das Finanças da Holanda, admitiu que ainda não conhece as novas propostas gregas, mas sublinhou que o acordo só será possível se estas forem “sérias”.
“Tenho visto um grande otimismo no campo grego e isso é subestimar a complexidade do que é pedido: pôr em ordem o orçamento e recuperar a economia”, disse Dijsselbloem em declarações à televisão holandesa.
“Isso exige medidas que eles têm até agora recusado”, sustentou. “Agora temos de ver se é possível resolver tudo isto em tão curto prazo”, continuou.
Para o ministro holandês, “não se deve pedir aos outros países que contribuam com mais fundos e tudo deve ser feito no limite dos meios disponíveis e dos acordos alcançados”.
Após um fim de semana de tensão, a Grécia retomou hoje as negociações com os credores europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Atenas entregou “dois textos” com propostas ao comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.
O governo grego liderado pelo Syriza (esquerda radical) já tinha apresentado uma proposta com algumas cedências em relação às promessas eleitorais, mas estas foram consideradas insuficientes pelos credores.
As conversações foram travadas na semana passada por medidas relativas à reforma do sistema de pensões e subida do IVA na eletricidade.
A Grécia enfrenta problemas de liquidez e vai ter de pagar perto de 1,6 mil milhões de euros ao FMI a 30 de junho.