Os fadistas Filipa Cardoso e Ricardo Ribeiro estreiam-se quarta-feira, em Luanda, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Os dois fadistas atuam no Lookal Ocean Club, na capital angolana, acompanhados por Pedro de Castro, na guitarra portuguesa, Paulo Ramos, na viola, e Rogério Pires, na viola baixo.
Ricardo Ribeiro, de 33 anos, com quatro álbuns editados em nome próprio e várias participações noutros discos, reconhece que tem feito uma carreira “a pulso, em que nada foi facilitado”. “Tudo o que tenho feito e construído tem sido apenas com suor e dedicação, sem pisar ninguém, seguindo sempre o meu caminho. O que pretendo é ser musicalmente honesto, seguindo a minha lógica artística”, disse o intérprete de “A porta do coração”.
“Largo da memória” é o seu mais recente álbum, e a base do alinhamento do espetáculo que apresenta em Luanda. Do álbum fazem parte, entre outros, o Fado Tertúlia, no qual interpreta “Não rias”, o Fado Alentejo, em que gravou “As malhas do amor”, e “Cantiga de Seguir”.
Ricardo Ribeiro começou a cantar ainda jovem nas coletividades de recreio lisboetas e tem como principal referência o fadista Fernando Maurício, que acompanhou e com quem cantou amiúde. O intérprete de “Destino marcado”, já distinguido com dois prémios Amália – Revelação, em 2005, e Melhor Intérprete, em 2010 -, tem colaborado com músicos como Pedro Jóia, Rabih Abou-Khalil e Olga Cerpa, entre outros.
Em janeiro último, foi agraciado pelo Presidente da República com a comenda da ordem do Infante D. Henrique. “Cumprir seu fado” é o mais recente álbum de Filipa Cardoso, no qual apostou em letras inéditas e contesta a ideia de um fado triste e amargurado.
“Houve da minha parte uma preocupação em cantar temas inéditos. Não queria gravar nada que já tivesse sido gravado, em termos de poemas, até para tentar encontrar-me”, disse Filipa Cardoso à Lusa. Do álbum que vai apresentar em Luanda, constam, entre outros temas, “Cumprir o seu fado”, de Jorge Fernando, e “Beatriz”, no Fado Margaridas, de Casimiro Ramos, com letra de Jorge Fernando.