A socialista Susana Díaz vai tomar posse na Andaluzia, depois de ter conseguido o apoio do quarto partido mais votado na região, o Ciudadanos. De acordo com o El País, as duras negociações culminaram na aceitação de 70 medidas que o PSOE não tinha no seu programa.

A limitação de mandatos no Governo autónomo, a redução do IRS e o fim do aforamento dos deputados (um estatuto jurídico especial, diferente da imunidade) são três das propostas do partido de centro-direita Ciudadanos que Susana Díaz aceitou. Desde março que decorriam negociações na Andaluzia com diversos partidos. O Ciudadanos não vai fazer parte do Governo, mas sim apoiar a posse da socialista.

O documento não inclui um calendário para o cumprimento das medidas, mas o Ciudadanos, liderado por Albert Rivera (com Juan Marín na Andaluzia), vai exigir que nos primeiros 100 dias de mandato se inicie o processo de mudança da lei eleitoral, bem como avanços concretos de transparência e de acusação em processos judiciais que envolvam corrupção política. Caso isso não aconteça, o Ciudadanos iniciará comissões de inquérito.

As conquistas do partido de Albert Rivera chegaram mesmo até Madrid. Cristina Cifuentes, dirigente do PP vencedora na Comunidade Autónoma de Madrid, conseguiu o apoio dos 17 deputados que o Ciudadanos conseguiu eleger, o que, juntando aos 48 eleitos pelo PP, lhe permite governar. Em troca, o Ciudadanos vai levar a votação regional a alteração da Lei dos Partidos, de modo a implementar eleições primárias em todos os partidos.

Quer também que os deputados regionais trabalhem em exclusividade, de modo a diminuir a corrupção. A possibilidade de adiar a implementação destas medidas por quatro anos pode evitar uma crise no centro do partido de Mariano Rajoy. Quanto ao fim do aforamento para os deputados autonómicos e para os membros do Governo Regional, Cristina Cifuentes está de acordo com o Ciudadanos nesta matéria.

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