O primeiro-ministro italiano qualificou este domingo de “quase uma provocação” a proposta da Comissão Europeia de repartir, entre os Estados membros, 24 mil pedidos de asilos por parte de cidadãos da Síria e da Eritreia.
Em entrevista ao jornal “Corriere della Sera”, Matteo Renzi considerou que as repostas que a Itália está a dar “são insuficientes” e que “distribuir apenas a 24 mil pessoas é quase uma provocação”.
A ser aprovado na próxima cimeira europeia de 25 e 26 de junho, em Milão, o sistema de quotas propõe o acolhimento de 24 mil pessoas chegadas às costas italianas e de 16 mil acolhidos na Grécia.
Só em 2015, Itália espera que cheguem mais de 150 mil imigrantes.
Alguns meios de comunicação italianos já anunciaram que muitos países se irão opor aos números impostos.
“Nos próximos dias, a identidade europeia será muito discutida e a nossa voz será forte porque é a de um país fundador (da comunidade)”, anunciou o governante, garantindo que a Itália tem um plano B caso a solidariedade não seja a opção do Conselho Europeu.
Porém, Renzi não revelou qual será o plano alternativo, mas garantiu que a falta de solidariedade será uma “ferida sobre toda a Europa” e que irá reunir-se com os responsáveis de França, do Reino Unido e Alemanha, além do presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Junker.
O chefe de governo italiano lembrou as responsabilidades da comunidade internacional sobre os barcos que têm zarpado da Líbia, em direção à Europa, devido à “escassa atenção” que tem dado à situação.
Acerca dos imigrantes bloqueados em estação ferroviárias a aguardar viagem para outros países, Renzi explicou que a situação se deve ao encerramento temporário do espaço Schengen, até segunda-feira, devido à cimeira dos G7 na Alemanha.
O governante sublinhou ainda que os imigrantes têm um bilhete de comboio para viajarem e que o seu destino não são cidades italianas, num comentário às notícias de que França e Alemanha não vão aceitar estas pessoas.