“Rebentou uma bolha no mercado acionista”. Foi assim que o economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) se referiu à forte queda que tem afetado os mercados bolsistas chineses. Olivier Blanchard considera contudo que apesar da bolha ter rebentado, pelo menos em parte, isso não terá um grande impacto na economia chinesa cuja previsão de crescimento se mantém nos 6,8% para este ano.
Blanchard sublinha que a valorização dos mercados chineses foi muito súbita e que os investidores não terão tido tempo suficiente para gastar os ganhos acumulados nos meses que antecederam o ciclo de quedas. Por outro lado, realça que o mercado bolsista tem um peso muito menos relevante no PIB da China do que em outros países, como os Estados Unidos. Admite contudo que a desvalorização das bolsas na China venha a ter algum impacto no consumo.
Para o FMI, a economia chinesa está a fazer um ajustamento saudável que deverá continuar, sobretudo apoiado na redução do investimento no imobiliário. Blanchard refere que as autoridades do país aceitam um certo abrandamento no crescimento económico, e que só deverão intervir se a travagem for mais brusca, considerando ainda Para o responsável, os sobe e desce da bolsa chinesa, não têm uma ligação direta aos fatores fundamentais da economia real chinesa.
O principal índice da bolsa de Xangai afundou mais de 30% nas últimas semanas, obrigando as autoridades chinesas a tomar uma série de medidas de intervenção no mercado que limitaram a venda de ações e congelaram a negociação das empresas mais afetadas. Esta quinta-feira, a bolsa reagiu positivamente a estas medidas.