Oskar Groening, antigo guarda no campo de concentração de Auschwitz, foi esta quarta-feira condenado a quatro anos de prisão por ter sido cúmplice na morte de 300 judeus, noticiou a Associated Press.
O sargento da SS (Schutzstaffel) – uma unidade de guarda-costas de Adolf Hitler que mais tarde se tornou a mais temida organização da Alemanha Nazi – confessou que tinha como função guardar os pertences dos prisioneiros e que lhes roubava o dinheiro.
A acusação considerou que a função de Oskar Groening, agora com 94 anos, é equivalente a ter ajudado nas mortes no campo de concentração, embora os advogados de defesa considerem que o antigo guarda não teve uma participação direta no genocídio, refere a BBC.
A condenação foi proferida no tribunal alemão de Lueneburg e diz respeito ao período de maio a julho de 1944, quando centenas de milhares de judeus húngaros foram levados para Auschwitz-Birkenau, na Polónia. Estes judeus foram mortos quase imediatamente nas câmaras de gás, contribuindo para engrossar o número de judeus mortos – cerca de um milhão entre 1940 e 1945.
Numa atitude fora do comum entre os antigos nazis, Oskar Groening já tinha falado abertamente do papel desempenhado em Auschwitz com o objetivo de silenciar aqueles que negam que o Holocausto aconteceu. “Vi as câmaras de gás. Vi os crematórios”, disse o guarda à BBC em 2005, admitindo que assistiu à seleção das pessoas que seriam mortas.