Os smartphones surgiram para nos facilitar a vida. Há milhões de aplicações para tudo e, desde cedo, as principais instituições financeiras também aderiram à moda — veja-se o recente exemplo do MB Way. As aplicações estão a evoluir, mas o cibercrime também. E basta que um vírus consiga invadir o sistema do seu telemóvel para que ele se torne num dos seus piores inimigos.

É a BBC quem lança o alerta. Há uma “avalanche de vírus” a chegar ao seu telemóvel. E vai ainda mais longe: “Enquanto lê estas linhas, um novo vírus ou programa malicioso tenta esgueirar-se para a sua carteira através do seu telemóvel.”

Quanto aos dispositivos móveis, o sistema operativo Android parece ser o principal alvo dos criminosos. Segundo o mais recente Mobile Malware Report, da consultora de segurança G Data, no primeiro trimestre deste ano os analistas descobriram um novo programa malicioso a cada 18 segundos. Ou seja, por hora são identificados cerca de 200 novos vírus para Android — 4.900 novos vírus por dia.

Os números são preocupantes. No total, a empresa afirma ter registado 440.267 amostras de software malicioso para telemóveis Android nos primeiros três meses de 2015, um aumento superior a 20% face ao mesmo período do ano anterior. E este valor não para de crescer, já que representa um aumento de 6% relativamente ao registado no último trimestre de 2014.

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Motivações financeiras

Usamos cada vez mais os nossos smartphones e tablets para realizar operações financeiras. De acordo com a G Data, 41% dos cidadãos europeus já usam dispositivos móveis para efetuar transações ou para consultar a conta bancária — um número que sobe para 50% nos EUA. Mas estaremos a tomar as devidas precauções de segurança? É que 50,3% dos programas maliciosos registados pela consultora de segurança têm motivações financeiras — ou seja, foram concebidos para roubar o seu dinheiro.

É provável que os criminosos estejam sempre um passo à frente de quem trabalha para promover a segurança. Aliás, as formas de infetar os telemóveis dos utilizadores estão cada vez mais evoluídas. Segundo a BBC, grande parte dos códigos maliciosos penetram nos telemóveis com a ajuda de aplicações (apps) aparentemente inofensivas. Os criminosos disponibilizam aplicações infetadas na Play Store (loja virtual do sistema operativo Android) que, por vezes, funcionam mesmo.

A BBC cita dois casos recentes de jogos sobre os quais foi alegadamente detetada atividade criminosa: “Cowboy Adventure” e “Jump Chess”, ambos disponibilizados na Play Store. O primeiro terá mesmo alcançado cerca de um milhão de transferências.

Prevenir é o melhor remédio

Por esta altura, talvez já se tenha convencido de que precisa de proteger o seu telemóvel urgentemente. Segundo a cadeia britânica, há várias formas de o fazer — embora nenhum sistema seja completamente infalível. Siga as dicas:

  • Não descarregue aplicações de fontes desconhecidas na Play Store. As fontes credíveis também não são 100% livres de software malicioso, mas têm certos mecanismos de segurança para bloquear eventuais infeções.
  • Verifique sempre as classificações e comentários de outros utilizadores que já utilizaram a aplicação. Desconfie se encontrar muitas opiniões e classificações negativas.
  • Quando instala uma nova aplicação, é-lhe apresentada uma lista de permissões que a aplicação solicita para conseguir desempenhar as tarefas para que foi concebida. Preste especial atenção a esta lista. Uma aplicação desenhada só para gravar áudio não deverá pedir-lhe para usar a câmara do seu telemóvel, por exemplo.
  • Por último, pode optar por instalar um antivírus no telemóvel, embora não fique garantidamente livre de vírus — o AVG e o Avast são alguns exemplos.