Os lesados do papel comercial do BES devem ver a sua situação esclarecida pela Justiça e o poder judicial deve apurar as “responsabilidades das autoridades do Estado” que “induziram em erro” aqueles investidores. Na entrevista publicada esta quinta-feira na revista Visão, o candidato a primeiro-ministro deixa implícito que também culpa Cavaco Silva pelo que diz ter sido uma “leviandade”.
A Justiça devia, diz Costa, apurar as consequências das declarações feitas há um ano pelas “autoridades do Estado” sobre o BES, incluindo as do Presidente da República, que disse que os portugueses podiam confiar no banco. Mas o candidato a primeiro-ministro afasta uma decisão do novo Governo para compensar estes investidores, caso seja eleito.
Sobre que medidas do atual Governo quer reverter, António Costa promete que a taxa do IVA da restauração voltará aos valores anteriores à mexida da coligação.
Se até há algumas semanas Costa prometia pôr um travão à privatização da TAP, agora remete para os contratos. “Vamos ver, no plano jurídico, em que estado de consolidação contratual estará o processo”, diz.
Alguns temas, como a possibilidade de o PS apoiar a candidatura de Maria de Belém, e a polémica com os cartazes, já tinham sido revelados ontem. Costa diz que o tema forte da campanha socialista será “a vida das pessoas” e não os números. Sem falar em contas, o secretário-geral do PS esclarece que a prioridade do seu programa de governo não passará pelo investimento público. “Não é o remédio para a crise que estamos a viver”, acrescenta.