Taxistas realizam na terça-feira um protesto no Porto, em Lisboa e em Faro, com a realização de marchas lentas, a partir das 8h30, contra o transporte de passageiros por condutores ligados à aplicação eletrónica Uber.

“A razão do protesto visa alertar para os efeitos da violação da lei, do não-acatamento de decisões judiciais, constituindo neste caso crime”, e protestar contra a “tolerância dos decisores” e a “inação dos fiscalizadores, no uso das competências e obrigações a que estão vinculados”, explicou, em comunicado, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL).

Os taxistas realizam uma marcha lenta em cada uma das três cidades e pretendem entregar um dossiê explicativo das suas razões ao presidente do instituto da Mobilidade Terrestre e à ministra da Justiça.

“A ANTRAL não pode sentar-se à mesa, como propõe o Governo, com uma empresa que age ilegal e criminosamente, ao recusar-se, nomeadamente, a cumprir decisões judiciais”, considerou a associação representativa dos taxistas.

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Em Lisboa, a concentração está marcada para o Parque das Nações e os taxistas vão percorrer várias vias, nomeadamente a Segunda Circular, Campo Grande, Saldanha, Marquês de Pombal e Praça Luís de Camões, para terminarem na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Justiça.

No Porto, a marcha parte da Praça Gonçalves Zarco, pela Avenida da Boavista, Avenida dos Aliados, Via de Cintura Interna (sentido descendente), A28 (sentido Porto/Viana do Castelo), A4 (sentido Matosinhos/Vila Real), VRI (Via Regional Interior), Aeroporto Francisco Sá Carneiro, A41, A28 (sentido Viana do Castelo/Porto), Estrada Exterior da Circunvalação (sentido descendente) e Praça S. Salvador, voltando à Praça Gonçalves Zarco.

Em Faro, à concentração no Parque das Cidades (Estádio do Algarve) segue-se o desfile para o aeroporto, após o que seguirão para a cidade, subindo pela Avenida Calouste Gulbenkian, passando pela rotunda do Hospital, em direção à Avenida do Liceu, terminando o Parque de São Francisco.

O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de abril deste ano uma providência cautelar interposta pela ANTRAL, e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em junho. O presidente da ANTRAL acusa a Uber de “continuar a trabalhar da mesma forma” que trabalhava antes da decisão do tribunal.

Nessa ocasião, fonte da Uber disse que a ANTRAL se enganou na empresa contra a qual dirigiu a providência cautelar e que acusou a aplicação de prestar um serviço que não é prestado em Portugal – o Uber-Pop, que permite a qualquer pessoa, sem formação, disponibilizar o seu carro pessoal na plataforma e transportar clientes.

Em  comunicado, a empresa  defende que o “diálogo e o entendimento mútuo com operadores no sector da mobilidade deve ser o caminho a seguir, de forma a garantir a criação de um enquadramento regulatório moderno e transparente tanto para operadores atuais, como para novas tecnologias e modelos de negócio”.

Sobre a  manifestação, a Uber apela ao bom sendo e à moderação. “Qualquer grupo tem o direito de se manifestar, desde que o faça de forma pacífica e com respeito pela segurança pública.Infelizmente, registámos alguns incidentes ao longo dos últimos dias para com motoristas na plataforma da Uber. Estas situações são inaceitáveis. Esperamos que estes tenham sido casos isolados e que, de futuro, o bom-senso e a moderação prevaleçam”, pode  ler-se no documento.