Esta é uma palavra que está na ordem do dia: gordura trans. Aparece em todo o lado, lemos nos jornais, falam dela na televisão e sabemos, basicamente, que nos faz mal. Mas saberemos realmente o que é ou o mal que lhe faz? Só para se perceber o seu impacto, acabou de ser aprovada uma lei nos Estados Unidos da América que proíbe o uso de gordura trans em produtos industrializados. Na prática, ainda não podemos tirar partido desta lei no imediato. A FDA (Food & Drug Administration) deu um prazo de três anos para as empresas se adaptarem a esta nova lei. Nos entretantos, o que nós, consumidores, podemos fazer é eliminar todos os alimentos que contêm gordura trans na sua composição e substituí-los por opções saudáveis. E é aí que começa o grande desafio porque praticamente tudo o que é bom, sabe bem e é fácil de preparar ou consumir… tem gordura trans.
Afinal, o que é a gordura trans?
É a grande vilã da nossa alimentação. Falando de forma prática, é um tipo de gordura que passa por um processo químico chamado hidrogenação que transforma os óleos vegetais líquidos em sólidos. É o resultado desta transformação que torna os alimentos crocantes, saborosos e com bom aspecto. Esta gordura também está presente em alimentos de origem animal, na própria carne e nos derivados de leite, mas em quantidades suportáveis pelo organismo. O problema surge quando as gorduras trans são usadas nos produtos industrializados que, infelizmente, correspondem a uma grande percentagem daquilo que trazemos para a nossa cozinha – usada para dar mais sabor, consistência e aumentar o prazo de validade dos alimentos.
Os riscos para a saúde
Segundo a FDA, mesmo que um produto tenha na embalagem escrito “zero gramas de gordura trans”, devemos ler o rótulo dos ingredientes porque as empresas podem colocar este slogan se o alimento tiver menos de 0,5 gramas de gordura trans por porção. No entanto, se houver óleo parcialmente hidrogenado nos ingredientes, o produto vai acabar por conter gordura trans apesar do slogan positivo. Nomes como gordura hidrogenada, gordura parcialmente hidrogenada, gordura saturada e banha são alguns dos termos que deve procurar. Isto porque mesmo optando por alimentos com pequenas quantidades de gordura trans, vai acabar por ocorrer a um consumo total diário significativo.
No final das contas, não há uma dose de ingestão considerada segura pelos médicos. A única forma de reduzir este consumo é mesmo deixar de ingerir alimentos com esta gordura porque não oferecem qualquer tipo de benefício à nossa saúde: reduzem o colesterol bom e aumentam o mau, potenciam os riscos de AVC e diabetes, contribuem para o aumento de peso, doenças cardiovasculares, comprometem a saúde materno-infantil porque pode ser transferida para o feto através da placenta… a lista de riscos é enorme e, ao longo dos anos, esta gordura vai simplesmente acumular-se nas veias.
Alimentos a riscar
Vá à sua cozinha e prepare-se para deixar os armários e o frigorifico despidos destes items:
- Bolachas, biscoitos, bolos, tortas congeladas e outros produtos de panificação.
- Salgadinhos (como as pipocas de microondas e as batatas fritas).
- Panquecas e Waffles prontas a fazer.
- Qualquer alimento frito.
- Caixas de gelados.
- Carne picada, hambúrgueres congelados, salsichas, cachorros-quentes e carne bovina no geral.
- Refeições instantâneas, congeladas e de microondas (pizzas, lasanhas, massas…).
- Sobremesas embaladas (pudins, por exemplo).
- Donuts, pãezinhos, croissants, muffins…
- Misturas para bolos e doces.
- Molhos (molho de tomate e maionese por exemplo).
Algumas sugestões saudáveis
Não é fácil, de um dia para o outro, simplesmente abolir tudo o que tenha gordura trans. E enquanto as empresas não aderirem por completo à nova lei da FDA, o mais fácil é fazer algumas trocas saudáveis:
- Troque as bolachas e os biscoitos por opções orgânicas.
- Pizzas, lasanhas e massas não têm de ser abolidas mas faça tudo em casa e com ingredientes frescos ao invés de comprar as pré-feitas.
- Croissants, pãezinhos e muffins são óptimos para o pequeno-almoço mas escolha os integrais.
- Não tem de passar ao lado do corredor de congelados do supermercado, mas escolha os congelados mais próximos da sua forma natural: vegetais e frutas congelados sem molhos.
- Se não passa sem um bolo ou um doce de vez em quando, evite todos os que sejam recheados.
- Se puder fazer em casa, não compre os produtos já feitos (pudins, doces, pipocas, molhos, panquecas…).