O porta-voz do ministério do interior, Ayman Helmi, explicou à agência EFE que entre as vítimas do ataque estão 8 mexicanos e 4 egípcios. Sete dos nove feridos são também de nacionalidade mexicana e encontram-se internados no hospital de Dar al Foud, nos arredores do Cairo. Os feridos estão “fora de perigo” e a sua situação é “estável”, assegura o porta voz dos assuntos externos, Amhed Abu Zeid e um responsável do centro médico.
Fontes próximas das vítimas egípcias explicaram à EFE que dois dos mexicanos acabaram por morrer quando estavam a ser transportados do deserto para o hospital no Cairo.
O ministério egípcio do interior informou ainda que os turistas foram atacados “por engano”, afirmando que estes se encontravam numa zona restrita. A companhia que organizou a viagem já veio dizer que tinha a permissão da Polícia Turística para estar no local. O grupo foi bombardeado por um helicóptero militar, segundo os testemunhos dos sobreviventes.
A ministra mexicana, Claudia Ruiz Massieu, anunciou também uma viagem ao Cairo para pedir esclarecimentos às autoridades locais egípcias e apoiar os feridos e familiares das vítimas.
Deserto Ocidental egípcio, um local perigoso
De acordo com um comunicado do governo egípcio, os turistas encontravam-se numa zona restrita a civis e, segundo o porta-voz do Ministério Egípcio do Turismo, Rasha al Azizi, não tinham obtido o certificado de segurança para entrar na área de Farafra, a meio caminho dos oásis de Dajla e Bahareya.
As autoridades egípcias revelaram que o exército e a polícia realizavam uma operação contra os jihadistas em Al Wahat (Oásis de Bahariya).
Este é um local perigoso, onde já se registaram vários conflitos e que acumula um grande histórico de incidentes. Horas antes do sucedido, o grupo ISIS anunciou na internet um ataque a várias instalações militares no vasto deserto ocidental.
A organização jihadista, Ansar Beit al-Maqdis, como conta o El Mundo, jurou fidelidade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico do Iraque, e reclamou também em dezembro o assassinato de um funcionário americano de uma empresa de petróleo no deserto ocidental egípcio. Mas este não é o único episódio. Em agosto, o grupo terrorista também anunciou a decapitação do croata Tomislav Salopek, que foi sequestrado em julho nos arredores do Cairo.
Também no último mês, altura em que o Egito reforçou a sua luta contra o terrorismo no deserto ocidental, cinco soldados morreram num acidente de helicóptero, durante uma perseguição a um grupo sinalizado como terrorista.