Na forma e no conteúdo Passos Coelho ganhou este segundo debate.

Se no debate televisivo António Costa esteve melhor, hoje o líder do PS mostrou-se desconcentrado e com enormes dificuldades em ser claro em matérias como a segurança social, carga fiscal, política europeia, deixando sem resposta duas questões concretas, a primeira relacionada sobre a que prestações sociais se aplica a condição de recurso de que fala o programa do PS e como poupará mil milhões em despesa fiscal.

Uma falha que não pode acontecer neste tipo de debates.

Ou seja, nas matérias em que seria espectável uma ligeira vantagem do líder socialista, Costa mostrou-se impreparado.

O início marcado pelas questões europeias, foi também, vantajoso para Passos Coelho que confrontou Costa com as suas contradições em relação ao Syriza e conseguiu sublinhar a fragilidade da sua posição em relação ao tratado orçamental – de que discorda mas sem ter capacidade de fundamentar uma alternativa credível e aceite pelos parceiros europeus, mesmo dos governos socialistas.

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Negativo para o líder da Coligação, foi novamente a incapacidade que demostrou em sair do seu registo de rosto da austeridade e não apresentar de forma clara e consistente o programa da Coligação, jogando no truque de só discutir as propostas do PS para não ter que dizer o que quer fazer no futuro.

Mas hoje, apesar de tudo, falou-se mais de futuro e essa foi a primeira grande vitória deste debate.

Porque houve possibilidade de se perceber as diferentes perspetivas de cada um dos candidatos sobre os principais temas que preocupam os Portugueses.

Reforça-se assim, a percepção de que está tudo em aberto e se os efeitos do primeiro debate representaram um forte mobilização do PS, este segundo debate, certamente motivará as hostes da Coligação.

Arranca agora a fase final da campanha eleitoral, as sondagens serão um importante indicador nas eleições legislativas mais imprevisíveis da nossa história recente.

Quem diria! Quando até há um ano a discussão seria sobre se o PS teria maioria absoluta ou não.

* Luís Bernardo, consultor de comunicação, ex-assessor de José Sócrates e António Guterres e ex-consultor de António José Seguro.

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