O secretário de Estado dos Transportes assegurou que a localização de um aeroporto complementar à Portela no Montijo vai avançar, independentemente do próximo Governo, pois há “um amplo consenso” entre todos os intervenientes.

“Temos felizmente um consenso alargado à volta desta solução. A Câmara de Lisboa e do Montijo já se pronunciaram favoravelmente à localização no Montijo, a Força Aérea está disponível para viabilizar esta solução e a NAV — empresa que gere o controlo do tráfego aéreo – está também disponível para trabalhar nesse sentido”, afirmou Sérgio Monteiro.

Há cerca de uma semana, o governante disse ter como objetivo assinar, ainda nesta legislatura, um memorando de entendimento com estas entidades, mas hoje admitiu que a formalização desse acordo poderá acontecer só após as eleições, o que, considerou, não alterará a “decisão” deste Governo de abrir a Base Aérea do Montijo a voos civis.

“O objetivo não é uma necessidade, porque havendo um consenso, independentemente de quem assina, a verdade é que todos estão movidos por este objetivo de valorizar a Portela e de ter o Montijo como alternativa”, sublinhou o secretário de Estado, acrescentando que o memorando de entendimento está, neste momento, a circular entre as diversas entidades.

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“Estamos, por isso, a recolher contributos nesta fase. O processo, independentemente de quem esteja no Governo nos próximos anos, segue, pois há um amplo consenso”, referiu Sérgio Monteiro aos jornalistas, antes de presidir à inauguração do novo Centro de Controlo Operacional do Aeroporto de Lisboa.

Questionado sobre o possível encerramento de uma das duas pistas do Aeroporto de Lisboa, o secretário de Estado dos Transportes afirmou ter conhecimento desse cenário, que só se concretizará caso seja instalado no Montijo um aeroporto complementar à Portela.

“É um dos cenários possíveis, para os quais é imprescindível que um aeroporto complementar exista”, frisou Sérgio Monteiro.

Numa resposta escrita enviada esta semana à agência Lusa, a ANA — Aeroportos de Portugal confirmou estar a estudar essa possibilidade.

“A ANA confirma que está a estudar — em conjunto com outras entidades públicas – a hipótese de desenvolvimento de um Aeroporto no Montijo e que está a planear o desenho operacional futuro do Aeroporto de Lisboa, no qual se inclui, entre outras, a possibilidade do encerramento da pista 17/35”, refere a empresa, adquirida pelos franceses da Vinci, sem querer adiantar mais pormenores do estudo.

Fontes ligadas ao processo adiantaram à Lusa que o que está a ser estudado é o eventual fecho da pista mais pequena do Aeroporto de Lisboa, para aí ser instalado um terminal de passageiros e para parqueamento de aviões, ficando o Montijo como aeroporto alternativo à Portela.

O secretário de Estado dos Transportes referiu-se ainda às taxas aeroportuárias que poderão vir a ser pagas pelos operadores, quando o Montijo começar a receber voos civis.

“A expetativa que temos e que temos vindo a transmitir à ANA, enquanto concessionária, é de que o Montijo possa ter taxas mais baixas do que a Portela, porque, dessa forma, conseguirá atrair mais voos de companhias ‘low cost’ e cumprir a sua função de dinamizar o tráfego de pessoas, porque isso é bom para o turismo e para a recuperação da economia”, defendeu Sérgio Monteiro.