Uma das bandeiras de Jeremy Corbyn durante a campanha para a liderança do Partido Trabalhista do Reino Unido era a nacionalização do setor da energia, que desde 1990 começou a ser privatizado e que hoje se divide em seis grandes empresas. O termo que usava na sua lista de promessas era  tornar a energia “propriedade pública”, referindo que “a privatização tem posto aos lucros à frente das pessoas”.

Agora, e depois de Corbyn ter sido eleito pelo partido com 59,5% dos votos, o Labour prepara-se para abordar esta questão de uma forma diferente, que não passará pela nacionalização do setor. “O Jeremy e eu não queremos nacionalizar a energia”, disse a nova ministra-sombra da Energia e Alterações Climatéricas do Partido Trabalhista, Lisa Nandy, no seu discurso da conferência do Partido Trabalhista. “Queremos algo muito mais radical. Queremos democratizar a energia.”

A nova proposta dos trabalhistas passa pela aposta em energias renováveis, sobretudo a solar, que seriam implementadas e controladas por cada “comunidade”. “Não deve haver nada que impeça qualquer comunidade deste país de ter a sua própria central de produção de energia. Em todo o país, as escolas já estão a tomar essa iniciativa e a usar energia solar para conseguirem eletricidade e aquecimento para uso próprio.”

Plano inicial custaria até 250 mil milhões de euros

Segundo analistas do Jefferies, um banco de investimento da praça financeira de Londres, o plano de nacionalização de Corbyn proposto neste verão — e que agora caiu — custaria entre 168 e 250 mil milhões de euros ao Estado britânico. Corbyn propunha que o Estado comprasse ações das seis maiores empresas do setor energético (British Gas, EDF Energy, E.On, npower, Scottish Power e SSE) de maneira a que voltasse a ser o acionista maioritário.

Antes de ser eleito líder do Partido Trabalhista, Corbyn comentou a sua proposta dizendo: “Tem custos? Sim. Tem retorno? Sim”.

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