O PS não pretende chegar ao Governo sem mostrar acordo à esquerda, confirmou o Observador. O acordo estará fechado até à moção de rejeição e será dado a conhecer até à queda de Pedro Passos Coelho, quando o programa de Governo da coligação estiver prestes a ser rejeitado no Parlamento. As negociações vão continuar a decorrer entre os socialistas, o Bloco de Esquerda e o PCP enquanto a coligação forma Governo.

Apesar de Carlos César ter dito, na SIC, que a divulgação do acordo só teria “interesse por ocasião da indigitação” de António Costa por parte do Presidente da República, o presidente dos socialistas corrigiu a sua afirmação na sexta-feira em nova entrevista à RTP e disse que o acordo estará “fechado em associação à deposição do Governo” de Passos Coelho. O Observador confirmou esta intenção do PS junto de fonte da direção dos socialistas, que querem dar a conhecer o compromisso com BE e PCP quando o Governo de Passos Coelho estiver prestes a cair, o que poderá acontecer já nas próximas semanas. Passos Coelho estará agora a ultimar convites a possíveis ministros, tomará posse nos próximos dias e terá obrigatoriamente de levar o programa de Governo à Assembleia nos 10 dias subsequentes.

O PS pretende aproveitar este tempo para ultimar o acordo com o Bloco de Esquerda e o PCP e as negociações vão continuar, mesmo com um novo Governo da coligação a ser formado. Tal como Jerónimo de Sousa indicou esta noite na TVI, “o acordo está bem encaminhado” e já haverá medidas concretas negociadas. Catarina Martins deu conta da existência de acordo na co-adopção e no fim dos exames da quarta classe, afirmando que o aumento do salário mínimo nacional está a ser negociado.

Há cada vez mais indicações de que o próprio PS poderá apresentar uma moção de rejeição, já que António Costa admitiu fazê-lo caso tivesse a possibilidade de formar um Governo sólido à esquerda. Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP afirmaram que estão prontos a avançar com a moção de rejeição contra qualquer Governo e programa que Pedro Passos Coelho leve à Assembleia da República.

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