A queda do governo PSD+CDS já era esperada pelos analistas, que tinham sinalizado aos seus clientes essa probabilidade nos últimos dias. Ainda assim, continua a registar-se uma pressão sobre Portugal que só não é maior, dizem os analistas, porque não há quaisquer indicações para já de que possa haver um confronto com os credores e uma interrupção das compras de dívida por parte do BCE. 

Os juros de Portugal continuam a dilatar a diferença face a Espanha e Itália e, também, face à Alemanha. A taxa a 10 anos começou nesta quarta-feira a subir seis pontos base, ao passo que em Espanha e Itália os juros subiam três pontos. A cerca de uma hora do final da sessão na Europa, contudo, a tendência inverteu-se. Os juros em Portugal caem dois pontos (para 2,75%) mas os de Espanha e Itália descem cerca de quatro (para 1,83% e 1,64%, respetivamente)

Um indicador crucial é, também, que continua a dilatar-se o prémio de risco exigido pelos investidores para comprar dívida portuguesa em detrimento de dívida alemã. No gráfico abaixo, que olha para o spread desde o início do ano, verifica-se que este está ao nível de finais de janeiro – precisamente quando o BCE anunciou o programa decisivo de compra de dívida pública.

Entretanto, o spread chegou a superar esses níveis quando a Grécia parecia estar com um pé fora da zona euro, em junho/julho, mas tinha aliviado nos últimos meses, depois de a Grécia assinar o terceiro resgate. No dia a seguir às eleições, o spread estava abaixo de 175 pontos base, agora está em 211 pontos.

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Já na bolsa o dia está a ser de recuperação, com as bolsas europeias a beneficiarem de dados sobre o comércio a retalho na China que superaram as estimativas. Mas a bolsa de Lisboa dissipou os ganhos mais robustos da abertura.

A cerca de uma hora do fecho da sessão, o índice PSI-20 sobe 0,1% depois de quatro dias consecutivos a cair, com as ações do BCP a subirem 0,2% e do BPI a caírem 0,4%. O Banif, que hoje deverá apresentar resultados trimestrais, dispara mais de 13%.