As autoridades francesas disseram este sábado que os ataques de sexta-feira foram levados a cabo por três grupos em pontos chave da cidade de Paris, e provocaram a morte a 129 pessoas, ferindo outras 352, das quais 99 estavam ainda em estado crítico. Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico.
No primeiro relato detalhado sobre os acontecimentos de sexta-feira, a procuradoria francesa explicou que os ataques foram feitos por terroristas com experiência em armamento militar, que atuaram de forma organizada. Sete terroristas estão mortos. Não é claro se existem atacantes a monte.
- 20h20: Ouve-se a primeira explosão perto da Porta D do Estádio de França, onde as seleções de futebol da França e Alemanha jogavam. Foram descobertos dois corpos, um do alegado atacante, com um cinto com explosivos e parafusos, para maximizar os danos. O outro corpo será de um espetador que estaria perto quando o homem ativou os explosivos.
- 20h25: De seguida, um grupo de homens num carro preto, de marca Seat, dispara sob uma zona de restaurantes, entre eles o restaurante cambojano Le Petit Cambodge e o Le Carrilon. 15 pessoas morreram e 10 ficaram feridas.
- 20h30: Um segundo bombista suicida, desta vez com um colete com explosivos, ativa os explosivos perto da Porta H do Estádio de França. Só foi encontrado o corpo do alegado terrorista.
- 20h32: Um grupo de homens dispara chega num carro preto, de marca Seat, e inicia um tiroteio numa zona de restaurantes, entre a rue de la Fontaine au Roi e Gaubourg du Temple. Cinco mortos e oito feridos. Foram disparados mais de 100 tiros.
- 20h36: Na rue de Charonne, no restaurante Belle Équipe, mais um grupo armado chega num carro preto e dispara sobre as pessoas na esplanada, provocando 19 mortos. Nove pessoas ficarão em estado crítico. Também aqui foram disparados mais de 100 tiros.
- 20h40: Uma terceira explosão perto do Estádio de França, na avenida Voltaire. As autoridades encontraram apenas o corpo do terrorista.
- Um veículo branco, de marca Volkswagen, chega à sala de espétaculos Bataclan, onde decorria um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal. Três homens entram na sala e começam a disparar sobre o público, mencionando a Síria e o Iraque. A maior parte dos mortos foram atingidos em frente ao palco. Os terroristas invocaram a situação na Síria e Iraque
- 23h20: Três horas depois do ataque ao Bataclan, em que os espetadores foram feitos reféns, a polícia entra no local. Na operação policial, os três terroristas morrem. Um deles foi morto pela polícia, os outros dois fizeram explodir os coletes com explosivos que envergavam.
Quem são os atacantes?
Sete atacantes foram mortos. Um dos atacantes do Bataclan foi identificado como sendo um cidadão francês, nascido em 1985 e que já tinha sido condenado por 8 vezes por crimes menores, nunca foi preso, entre 2004 e 2010. Este jovem estava a ser vigiado pelas autoridades e era ter-se-ia convertido a uma corrente extremista do Islão.
Foi encontrado ainda um passaporte sírio próximo de um dos bombistas no Estádio de França. O homem seria desconhecido das autoridades francesas e teria apenas 25 anos.
Os carros alugados na Bélgica
Um dos carros pretos que terão sido usados para levar a cabo o ataque foi alugado na Bélgica. Isso levou de imediato a uma investigação pelas autoridades francesas e belgas, que depois de três operações diferentes em Bruxelas acabaram com a detenção de três pessoas.
As autoridades suspeitam que essas três pessoas terão ajudado os terroristas, pelo menos na obtenção dos carros usados nos ataques. Um dos carros estava em nome de um dos homens detidos. Os três homens são de nacionalidade francesa, mas vivem na Bélgica.