O nome pode soar a novo, mas há muito que Molenbeek é visto como um refúgio terrorista. Um dos autores do atentado em Madrid, de 2004, Hassan El Haski passou por Molenbeek, tal como passou o atirador francês, Mehdi Nemmouche, que baleou quatro pessoas no Museu judaico de Bruxelas em maio de 2014. Por isso Molenbeek já foi há algum tempo rotulado como uma incubadora terrorista. O Ministro do Interior, Jan Jambon, à BBC, admitiu que a grande maioria daqueles que deixaram a Bélgica para se juntar ao grupo do Estado Islâmico eram daquela área, apelidando o local como um “ninho de terroristas”.
“Molenbeek é uma parte estranha da cidade”, disse o especialista do Centro Europeu de Inteligência Estratégica e Segurança, Claude Moniquet. “Tem uma grande variedade de população, misturada com milhares de imigrantes, sendo que cerca de metade são de origem muçulmana”, acrescentou. “O bairro está fora de controlo. Vemos que várias células (jihadistas) estão presentes em Molenbeek”, afirmou por sua vez Jan Jambon, no domingo, em Paris, que prometeu desenvolver um plano para reabilitar o bairro.
A comunidade internacional, depois dos atentados de Paris, ficou de novo de olhos postos em Molenbeek, o pequeno bairro localizado a cerca de três quilómetros de Bruxelas, onde foram detidos sete suspeitos de estarem ligados aos ataques na capital francesa.
Depois do ataque sangrento que provocou a morte a 129 pessoas, diz o City Lab, as autoridades francesas descobriram um carro alugado, com matricula belga, que teria sido utilizado pelos terroristas, perto do Bataclan. Essa pista levou-os até Bruxelas e ao bairro maioritariamente habitado por emigrantes, Molenbeek, em que a multiplicidade de culturas e de nacionalidades é regra. E onde vive uma grande comunidade muçulmana.
A BBC conta que este é um bairro onde o desemprego é elevado e onde por detrás das lojas coloridas, vive a pobreza, o crime e o tráfico de droga. Molenbeek é um bairro instável. A sua população é flutuante, embora algumas famílias se tenham instalado e feito dele sua residência.
Why there's so much extremist activity in one Brussels neighborhood https://t.co/fD3hePeloe
— Bloomberg CityLab (@CityLab) November 17, 2015