Israel e os Estados Unidos testaram hoje com êxito um sistema de interceção de mísseis balísticos, quando o Estado judeu procura melhorar a capacidade de defesa para responder às ameaças regionais, disseram responsáveis.

O sistema de interceção Arrow-3, concebido para abater mísseis na atmosfera, tinha falhado num teste realizado há um ano, mas hoje intercetou um míssil balístico sobre o Mediterrâneo, numa altura em que Israel está seriamente preocupado com potenciais ataques de inimigos regionais, nomeadamente o Irão.

“Este teste bem sucedido é um marco no desenvolvimento do sistema Arrow e fortalece a confiança nas futuras capacidades israelitas para derrotar ameaças em desenvolvimento” na região, afirmou o Ministério da Defesa israelita.

“Testes adicionais ao Arrow-3 estão já planeados para demonstrar a capacidade do sistema antes de se tornar operacional”, acrescentou.

O projeto Arrow foi lançado em 1988, no âmbito do programa ‘guerra das estrelas’ do antigo Presidente norte-americano Ronald Reagan. Este programa foi abandonado em 1993. O ‘Arrow-3’, desenvolvido conjuntamente pelos Estados Unidos e Israel, deverá tornar-se no principal sistema de interceção de mísseis israelita. Os sistemas de interceção a altitudes mais baixas estão já em funcionamento, ou prestes a tornarem-se operacionais.

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Parcialmente financiado pelos Estados Unidos, o sistema Arrow foi desenvolvido e produzido pelas Indústrias Aeroespaciais israelitas em parceria com a Boeing.

O Governo israelita opõe-se ao acordo nuclear, concluído em julho, entre o Irão e o grupo dos 5+1 [cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU – Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido – mais a Alemanha], por considerar que não vai impedir Teerão de produzir armas atómicas. Israel considera também que levantar as sanções – como definido pelo acordo – vai permitir ao Irão aumentar os apoios e armamentos a vários grupos militantes na região.

No início deste mês, Washington afirmou estar a “analisar seriamente” informações de que o Irão terá realizado uma série de testes de mísseis balísticos, numa clara violação das resoluções da ONU.