O Ministério da Cultura anunciou este domingo que designou para a administração da Fundação de Serralves o historiador e militante do PSD José Pacheco Pereira e a antiga ministra da Cultura do governo de José Sócrates, Isabel Pires de Lima.
Numa nota à imprensa um dia depois da reunião do responsável da Cultura, João Soares, com o presidente do Conselho de Administração da fundação, Luís Braga da Cruz, o ministério recordou que “cabe ao ministro da Cultura a competência própria para escolher e nomear dois membros do Conselho de Administração da Fundação de Serralves”.
“Os dois nomeados são intelectuais portuenses de reconhecido mérito”, sublinhou o comunicado do Governo, que salientou que João Soares informou Braga da Cruz, a terminar funções na presidência da Fundação de Serralves este mês, de tal decisão.
No início do mês foi anunciado que a atual vogal do Conselho de Administração da Fundação de Serralves Ana Pinho Macedo Silva havia sido nomeada como presidente daquele órgão para o mandato entre 2016 e 2018.
Como recorda a página de Serralves na Internet, de acordo com os estatutos da fundação, “o Conselho de Administração é composto por nove membros, sendo um presidente, três vice-presidentes e cinco vogais”, com a designação de novos administradores a efetuar-se “por voto secreto e maioria absoluta”, sendo que a “escolha dos membros é da responsabilidade do próprio conselho, com a exceção de dois, nomeados sempre pelo Estado”.
No Conselho de Administração do triénio entre 2013 e 2015 os representantes do Estado eram Rui Manuel Campos Guimarães, vice-presidente daquele órgão e membro da Comissão Executiva, e a eurodeputada socialista Elisa Ferreira.
A nomeação de Pacheco Pereira por parte do novo Governo socialista surge apenas uns dias depois de o seu nome ter sido envolto numa polémica sobre a sua permanência ou não no PSD. Depois de ter sido divulgado que o ex-líder parlamentar do PSD iria marcar presença como orador num evento da candidatura de Marisa Matias (BE) a Belém, nomes destacados no PSD, como Ângelo Correia ou o deputado Duarte Marques, sugeriram que o comentador saísse do partido.
Segundo se lê na biografia existente na Universidade do Porto, José Pacheco Pereira nasceu a 6 de janeiro 1949, no Porto, formando-se em Filosofia naquela universidade, tendo sido professor, deputado e líder do grupo parlamentar do Partido Social Democrata (PSD). Recebeu, em 2005, a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade atribuída pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.
Isabel Pires de Lima nasceu a 17 de julho de 1952, no Porto, e é professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo-se especializado na obra de Eça de Queirós. Veio a ser deputada pelo Partido Socialista (PS), partido pelo qual foi ministra da Cultura entre 2005 e 2008.