Alexis Tsipras diz-se “confuso perante a atitude pouco construtiva [do FMI] nas questões orçamentais e financeiras”, pelo que o primeiro-ministro da Grécia prefere que a entidade liderada por Christine Lagarde fique de fora do terceiro resgate ao país.

“Acreditamos que após seis anos a gerir esta crise extraordinária, a Europa já tem uma capacidade institucional para lidar, com sucesso, com questões intra-europeias”, afirmou o primeiro-ministro grego em entrevista ao Financial Times. A exigência de Tsipras enfrentará a oposição do governo alemão, já que o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble referiu recentemente que “o governo grego está enganado se acredita que é do seu interesse ter o FMI fora do terceiro resgate”.

Para a Alemanha, é importante haver participação do FMI por várias razões – primeiro pela partilha dos encargos, depois pela experiência técnica e, ainda, para legitimar os resgates financeiros perante o eleitorado alemão. Além disso, Berlim valoriza a independência do FMI, que acredita ser menos permeável a influências políticas do que a Comissão Europeia.

Tsipras garantiu, contudo, que a intenção do seu governo é cumprir as medidas definidas no terceiro resgate. “Quanto mais cedo sairmos do programa de resgate, melhor para o nosso país”, afirmou o primeiro-ministro grego, deixando mais uma consideração: “se a Grécia passar na primeira avaliação em janeiro, teremos coberto mais de 70% das medidas orçamentais e financeiras que constam do acordo”.

Isso será decisivo para que se possam levantar os controlos de capitais – possivelmente, na totalidade, em março – e para que a Grécia possa emitir dívida de longo prazo nos mercados internacionais “antes do final de 2016”, antecipa Alexis Tsipras.

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