1. Use roupa refletora
Não é preciso levar uma lâmpada de mineiro na testa nem sair de casa mascarado de marcador fluorescente. A verdade é que usar vestuário que o torne mais visível dá maiores garantias de segurança, sobretudo se no seu percurso tiver de atravessar passadeiras e houver estradas nas imediações.
O mesmo casaco ou impermeável que o protege do vento e da chuva também pode fazer muito pela sua segurança: basta que tenha uma tira refletora para o tornar mais facilmente identificável aos veículos que possam cruzar-se no seu caminho. À falta de melhor, vista um colete refletor (como o que traz no carro) por cima da roupa.
Se optar por correr em zonas sem iluminação pública, o melhor será ir munido de uma lanterna, pequena e leve, de preferência (e, sim, pode ser uma luz frontal, se se sentir confortável). Nas estradas sem passeios convém ainda levar uma luz atrás.
2. Saia de casa com identificação e telemóvel
Quando vai correr, é importante levar sempre o cartão de cidadão e o telemóvel. Convém que tenha uma palavra-passe ou código para limitar o acesso ao telefone (assim estará seguro em caso de o perder ou de lho roubarem), desde que permita fazer chamadas de emergência, em caso de acidente ou queda ou numa situação em que precise do auxílio de terceiros. Não vamos sair de casa a pensar que nos vai dar o “badagaio”, mas o melhor é estar prevenido, para já não ter de pensar em ‘e se’.
Há quem opte por usar uma pulseira com o nome e um contacto telefónico de um familiar próximo, a quem se possa ligar em caso de emergência. Outra hipótese é colocar essa informação como imagem de fundo no ecrã do telemóvel.
3. Corra com companhia
Sempre que possível, desafie alguém para o acompanhar nas corridas. Além de duas pessoas serem sempre uma fonte de motivação uma para a outra, correr acompanhado diminui os riscos de toda a espécie, desde prestar apoio ao parceiro em caso de queda até dissuadir companhias indesejadas de se aproximarem.
É útil ter uma rede de dois ou três amigos ou conhecidos com horários compatíveis, que possa convidar para ver se algum está disponível. Além disso, tente informar-se se existem grupos de corrida na cidade onde vive.
Se encontrar outros corredores, pode aproximar-se de um grupo que siga mais ou menos ao seu ritmo.
4. Leve o seu cão consigo
Caso tenha um, e preferencialmente se o animal tiver porte suficiente para intimidar estranhos. Desincentiva eventuais aproximações… e o cão também aproveita.
5. Varie as horas e os itinerários
Certifique-se de que vai variando os percursos e as horas a que corre. Isto é especialmente importante quando se corre sozinho e em locais pouco frequentados ou mal iluminados. Temos tendência a criar rotinas, sem nos apercebermos do perigo que isso pode representar. Tornando-nos menos previsíveis, diminuímos esses riscos. Nunca se sabe quem está à espreita.
6. Procure zonas movimentadas
Evite locais ermos. Se gosta de correr à noite, é preferível escolher zonas habitacionais e mais movimentadas. Este conselho é especialmente relevante para as mulheres que, regra geral, têm menos força física e são mais vulneráveis a eventuais ataques. Paranoia e mania da perseguição à parte, infelizmente os assaltos ou mesmo as tentativas de violação acontecem mais vezes do que seria desejável e se pudermos fazer o que está ao nosso alcance para diminuir os riscos, devemos fazê-lo.
Correr à noite já faz, por si só, uma seleção de quem anda na rua. Há tendencialmente menos circulação de pessoas – o que pode dar uma certa paz de espírito e diminuir os obstáculos de que é preciso desviarmo-nos (crianças aos saltos, carrinhos de bebé ou gente aos magotes a ocupar os passeios). Mas o facto de haver menos luz e menos movimento traz riscos acrescidos, logo, mais vale jogar pelo seguro.
7. Reduza o volume dos auscultadores
Se costuma correr com música nos ouvidos, há dois cuidados básicos a ter nas corridas noturnas: baixar o volume habitual e, se possível, colocar apenas um dos headphones no ouvido.
Uma ligeira alteração pode fazer grande diferença. Neste caso, tem uma dupla intenção: não ser apanhado desprevenido no caso de alguém se aproximar de si e permitir também que se aperceba de algum veículo em movimento que se encontre fora do seu campo de visão.
8. Leve um apito consigo
Bonito bonito é ir correr com um apito. Nos Estados Unidos, iriam já aconselhá-lo a levar uma lata de mace. Por cá, sugerimos algo mais inofensivo mas eficaz, à sua maneira: um apito. Se sentir alguma presença suspeita a aproximar-se, não há nada que saber: basta soprar a plenos pulmões. Não vai deixar ninguém cego (quando muito, um bocadinho mais surdo) nem arranjar problemas com a justiça, mas o susto pode ajudar a afugentar eventuais agressores e chamar a atenção de terceiros, que é o que se pretende.
Outra ferramenta sempre útil é aprender algumas técnicas básicas de defesa pessoal. Mesmo não sendo o Bruce Lee do asfalto.
9. Não se abstraia do que o rodeia
Isto não significa passar a corrida inteira a espreitar por cima do ombro, no entanto, é mesmo importante estar alerta. Nunca se sabe quem nos está a ver. Lá diz o ditado: olho vivo e pé ligeiro.
Não ignore os seus instintos: se detetar alguma presença estranha nas imediações ou se, por algum motivo, o ambiente não lhe agradar, não hesite em alterar o seu percurso e procurar zonas de maior movimento.