Dia 1 de janeiro termina um programa de vistos singular na Suíça: os vistos destinados a strippers, que permitiam a cidadãos não-europeus obter um visto de residência de oito meses no país, para desenvolver a sua atividade profissional. Segundo dados revelados pelo departamento de imigração do país, foram mais de 700 as pessoas que o receberam, só em 2015.

O programa foi implementado em 1995, e surgiu para proteger as dançarinas e os bailarinos vindas de países como a Rússia, Republica Dominicana e Tailândia, que eram alvo de traficantes. Estes beneficiavam do estatuto ilegal dos strippers imigrantes, e foi para travar o tráfico que o projeto avançou.

O problema é que, sabe-se agora, o programa não cumpria os objetivos definidos. Depois de uma investigação prolongada, as autoridades suíças anunciaram em 2014 que o programa já não era eficiente, e que não servia de proteção a estas imigrantes. Segundo relata a France 24, as autoridades descobriram casos em que os detentores do visto, após a sua chegada ao país, eram forçados a prostituir-se.

Desde 2005, o visto já havia sido atribuído a mais de 10 mil e 700 pessoas, e, defendiam os defensores do programa, permitia às mulheres ganharem uma soma significativa de dinheiro de forma legal, numa Suíça próspera. Dinheiro esse que poderiam então enviar para as suas famílias, nos seus países de origens. Os mais críticos, porém, vinham-se opondo nos últimos anos, argumentando que os traficantes e intermediários do processo de obtenção de visto cobravam dinheiro aos que a ele se candidatavam.

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