George Lucas, criador do universo Star Wars, vendeu os direitos da franquia à Disney, que logo tratou de dar um novo fôlego à saga. Quatro mil milhões de dólares depois, o valor do cheque passado em nome do cineasta norte-americano, o “pai” de Luke Skywalker e companhia está insatisfeito com o caminho escolhido. “Trabalhei muito duro em cada filme para os tornar diferentes. Planetas diferentes, naves espaciais diferentes, para transformá-los em novos. Quiseram fazer um filme retro. Não gosto disso”.
Não é primeira vez que esta crítica é apontada ao novo capítulo da saga Star Wars. Apesar de ter sido largamente aclamado pelos mais exigentes críticos cinematográficos, houve quem não deixasse de reparar que a nova aventura dirigida por J.J. Abrams trazia ecos de uma receita já tentada. Em entrevista ao jornalista Charlie Rose, é a vez de George Lucas tocar na ferida. “Eles [os novos donos da franquia] olharam para as histórias e disseram: ‘Queremos fazer algo para os fãs'”. E fizeram: o filme já encaixou 1.23 mil milhões de dólares em receitas de bilheteira.
Nessa mesma entrevista, George Lucas refere-se aos filmes que desenhou como “crianças” que “amou” e que ajudou a “criar”, para depois as vender a “traficantes de escravos brancos“. Palavras duras do norte-americano, que preferiu não continuar o raciocínio. Silêncio e, depois, uma gargalhada.
O realizador acabou por se afastar do projeto – um divórcio amigável, tanto quanto possível. “Se chegasse lá, iria causar apenas problemas, porque eles não iam fazer o que queria que fizessem. Então, resolvi: ‘OK, vou seguir o meu caminho, e deixar que os outros sigam o deles”.