Esta semana, Paris vai ser palco de várias cerimónias de homenagem às vítimas dos atentados de 7 a 9 de janeiro do ano passado. Hoje, vão ser inauguradas placas de homenagem na rua Nicolas-Appert, diante da antiga sede do semanário satírico Charlie Hebdo onde a 7 de janeiro foram assassinadas 12 pessoas, em Montrouge onde a 8 de janeiro foi assassinada uma polícia municipal e na Porte de Vincennes diante da mercearia judaica onde quatro pessoas também morrerama 9 de janeiro.

Na quinta-feira, 07 de janeiro, exatamente um ano após o ataque que dizimou a redação do Charlie Hebdo, o presidente francês presta homenagem às forças policiais na sede da polícia em Paris.

No sábado, 09 de janeiro, François Hollande vai deslocar-se à mercearia judaica Hyper Cacher para uma cerimónia organizada pelo Conselho representativo das instituições judaicas de França.

No domingo, 10 de janeiro, a estátua da Praça da República vai iluminar-se com as cores da bandeira francesa ao final do dia, depois de a praça voltar a ser palco de uma homenagem às vítimas dos atentados, um ano após a “marcha republicana” que começou neste local e que reuniu milhares de pessoas.

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Por outro lado, esta quarta-feira é esperada uma corrida aos quiosques para comprar a edição especial do Charlie Hebdo que assinala o primeiro aniversário do ataque jihadista e para a qual foram editados quase um milhão de exemplares, dezenas de milhares destinados ao estrangeiro.

Um ano após o atentado que matou as principais figuras da caricatura francesa, o jornal escolheu para a capa um desenho do cartoonista Riss que apresenta um Deus assassino, com barba e armado de uma kalachnikov, sob o título “Um ano depois, o assassino continua a monte”.

A edição de 32 páginas – em vez das habituais 16 – conta com um caderno especial de desenhos dos cartoonistas assassinados há um ano Cabu, Wolinski, Charb, Tignous e Honoré, cartoons dos atuais colaboradores, assim como textos da ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin, das atrizes Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg, Juliette Binoche, do músico Ibrahim Maalouf, entre outras personalidades.

No editorial, o diretor do jornal e desenhador sobrevivente do atentado, denuncia “os fanáticos embrutecidos pelo Corão” e outros religiosos que tinham desejado a morte do jornal por “ousar rir da religião”, garantindo que “as convições dos ateus e dos laicos fazem mover mais montanhas que a fé dos crentes”.

Antes do ataque, o jornal enfrentava graves dificuldades financeiras e tinha uma tiragem semanal média de 30 mil exemplares, vendendo atualmente cerca de cem mil exemplares nos quiosques – dez mil no estrangeiro – e tendo 183 mil assinantes.

Em 2006, o jornal publicou caricaturas do profeta Maomé, com alguns dos cartoonistas a serem alvo de proteção policial desde então, o que não impediu que o semanário tivesse sido alvo de um primeiro ataque com cocktails molotov em 2011.

Dez meses após os atentados de janeiro de 2015, Paris voltou a ser alvo de novos ataques jiadistas a 13 de novembro que fizeram 130 mortos, a maioria dos quais na sala de espetáculos Bataclan.