O presumível terrorista abatido a 7 de janeiro junto a uma esquadra da polícia de Paris viveu num albergue para refugiados na cidade de Recklinghausen, a oeste da Alemanha, anunciaram as autoridades alemãs.

O diretor do Departamento de Investigação Criminal do Estado federado da Renania do Norte Westfalia (LKA em alemão), Uwe Jacob, disse hoje numa conferência de imprensa que o homem esteve várias vezes preso na Alemanha e foi investigado por diversos delitos, desde posse de armas e tráfico de drogas.

A polícia do Estado federado, que colocou em marcha uma investigação, recebeu informações das forças de segurança francesas e registou no sábado o lugar onde o suspeito se alojava no albergue para refugiados, sem, no entanto, encontrar pistas que apontem para novos atentados.

Segundo Uwe Jacob, o homem chegou à Alemanha pela primeira vez em 2003 depois de passar cinco anos ilegalmente em França e utilizou até sete identidades diferentes e três nacionalidades distintas: tunisina, marroquina e georgiana.

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O suspeito chegou em agosto passado a Recklinghausen, onde obteve uma autorização de residência, solicitando asilo.

O seu último encontro com a polícia alemã, pela violação da lei de armas, foi a 30 de novembro.

No passado 04 de janeiro, em vésperas do primeiro aniversário do massacre na revista Charlie Hebdo, morreu por disparos da polícia francesa quando aparentemente pretendia atacar com uma colher uma comissária num dos bairros mais multiétnicos de Paris.

Na altura levava um falso cinturão de explosivos. Os investigadores alemães acreditam que o homem atuou sozinho e descartam que haja qualquer organização por trás.

De acordo com fontes da investigação em França, o suposto terrorista tinha jurado lealdade ao líder do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Bagdadi, e sobre o seu corpo foi encontrado um papel com a bandeira do grupo jihadista e uma reivindicação manuscrita em língua árabe.