A presidente da câmara de Barcelona e líder da plataforma Barcelona em Comum (que agrega membros do Podemos), Ada Colau, anunciou esta segunda-feira a vontade de criar uma nova força política de esquerda, que agregue as várias forças de esquerda catalãs.

A decisão foi anunciada numa conferência de imprensa, dada em Barcelona, segundo relata o jornal El País. Ada Colau surgiu rodeada dos seus vereadores e de deputados da coligação Em Comum Podemos (coligação que inclui o Podemos catalão, a Iniciativa pelos Verdes da Catalunha, a Esquerda Unida e Alternativa e a Equo), que elegeu 12 deputados nas últimas eleições legislativas espanholas.

Segundo o El País, Ada Colau sublinhou que pretende “impulsionar um espaço político” que não existe” e que esse espaço se baterá pela “defesa dos direitos sociais, luta contra a corrupção e pelo direito à auto-determinação” da Catalunha. O jornal espanhol acrescenta ainda que a decisão foi vista com bons olhos pelas restantes forças de esquerda que fazem parte da coligação Em Comum Podemos. O porta-voz do Podemos catalão, Marc Bertomeu, alertou no entanto que não quer que a iniciativa de Ada Colau absorva o Podemos regional: “Uma absorção seria renunciar às políticas que defendemos”, disse.

A plataforma Em Comum Podemos elegeu 12 dos 350 deputados eleitos para o Congresso. A coligação pretendia formar um grupo parlamentar próprio, mas a sua ligação ao Podemos levou a que os outros partidos recusassem a proposta. Perante a resistência, o Podemos abdicou e agregou deputados da plataforma “Em Comum Podemos” (coligação catalã) e “En Marea” (coligação de forças regionais da Galiza, que também inclui o Podemos local) na sua bancada parlamentar, passando a ter 65 deputados, em vez dos 42 que a direção nacional do partido elegeu.

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Segunda ronda de audições do Rei começa quarta-feira

A segunda ronda de audições do Rei de Espanha inicia-se esta quarta-feira, depois de Mariano Rajoy, líder do PP, ter recusado a indigitação de Felipe VI para formar governo, alegando que não tem ainda apoios suficientes para que o executivo entre em funções. O Rei chamará os porta-vozes da maioria dos partidos políticos com representação parlamentar.

Esta segunda-feira, Mariano Rajoy e Albert Rivera falaram ao telefone. Os dois acordaram que equipas do PP e Ciudadanos devem iniciar conversações para analisar a situação política e para permitir que “a governabilidade de Espanha seja possível”, segundo um comunicado divulgado pelo partido de Rivera, citado pelo El País. Os encontros, contudo, dar-se-ão apenas após a segunda ronda de audiências do Rei. No Twitter, Rivera voltou a pedir um acordo tripartido entre PSOE, PP e Ciudadanos:

O Ciudadanos continua a excluir o Podemos de um possível acordo de governo: “Não estamos dispostos a pôr a economia de Espanha nas mãos do Podemos, que tem como referência a Grécia, Tsipras e o Syriza“, disse Rivera. Já o partido de Pablo Iglesias continua a insistir que, para chegar a um acordo com o PSOE, terá de estar no governo. Quanto a soluções como a portuguesa, em que os partidos à esquerda dos socialistas não estão no governo e o apoiam apenas no parlamento, Pablo Iglesias vê-as com desconfiança:

Não acreditamos na fórmula portuguesa”, disse

Texto editado por Diogo Queiroz de Andrade.