O Podemos decidiu abdicar da sua exigência em ter quatro grupos parlamentares no Congresso (ou Assembleia) de deputados espanhol, avança o El País. O partido juntará as suas  forças regionais, que se candidataram autonomamente nas últimas eleições, à direção nacional do partido, formando uma coligação onde os quatro grupos colaborarão mas manterão parte da sua autonomia.

A solução de juntar as quatro sensibilidades numa “confederação plurinacional” já foi aceite pelas forças regionais do Podemos na Catalunha (que se candidataram através da coligação En Comú Podem, que junta o Podemos catalão, a Iniciativa pelos Verdes da Catalunha, a Esquerda Unida e Alternativa, a Equo e a coligação Barcelona em Comum) e do Podemos na Galiza (que se candidataram através da coligação En Marea, que junta o Podemos, a Esquerda Unida, a Anova — Irmandade Nacionalista, a Marea Atlântica, a Marea Pontevedra, a Compostela Aberta e a Ferrol em comum). Ao todo, o grupo parlamentar agregado deverá ter 65 deputados, relata o El País.

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A coligação Compromisso-Podemos-É o momento, que inclui vários partidos (o Podemos valenciano, o Bloco Nacionalista Valenciano, O Iniciativa do Povo Valenciano, o Verds Equo do País Valenciano e o Gente de Compromisso), está contra e continua a insistir na formação de um grupo parlamentar próprio, relata o El Español. Mas a vontade não se deverá materializar.

A decisão, explica o diário, terá sido justificada por duas razões: pela necessidade do partido se aproximar do PSOE (com quem o Podemos diz continuar a querer dialogar) e para demonstrar uma postura institucional, aproximando-se da leitura constitucional das restantes três forças políticas mais votadas, nas eleições de 20 de dezembro.

Na semana passada, Pablo Iglesias já havia sugerido a possibilidade de criar uma confederação com várias sensibilidades políticas, ao invés da exigência em ter quatro grupos parlamentares distintos, explica a publicação. Na anterior legislatura já existiu uma bancada parlamentar que reunia vários partidos – a coligação Esquerda Plural, onde se encontravam deputados da Esquerda Unida, a Esquerda Unida e Alternativa (formação catalã da Esquerda Unida), a Iniciativa pelos Verdes da Catalunha e a União Aragonesa).

No grupo parlamentar de 60 deputados que se forma com as quatro forças políticas, poderá estar previsto um maior tempo de intervenção, que permita às várias sensibilidades do partido expressarem a sua visão de forma autónoma, relata o El País.

A exigência do partido liderado por Pablo Iglesias em ter quatro grupos parlamentares diferenciados na Assembleia Espanhola foi sempre recusada pelos restantes partidos (PP, Ciudadanos e PSOE), que argumentavam que, embora indo a eleições de forma autónoma (e coligadas com outros pequenos partidos), as forças regionais partilhavam com o seu nome com o Podemos, pelo que seria inconstitucional que tivessem uma bancada parlamentar independente no Congresso.