O líder parlamentar do PSD defendeu hoje que o esboço do Orçamento do Estado (OE) “tem a marca da displicência” e pediu “competência” ao Governo na elaboração de uma proposta credível a nível nacional e internacional.

“Esta proposta não merece o crédito de nenhuma entidade nacional e internacional. Hoje em dia, tirando António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, ninguém confia no ‘draft’ [esboço] do OE. O país não pode ficar refém de uma atitude displicente de um Governo e de protagonistas políticos que perante esta onda crítica que se está a avolumar, que traz incerteza e instabilidade ao país, parece que estão a assobiar para o ar sem dizer para que lado devemos seguir”, afirmou Luís Montenegro.

O líder parlamentar do PSD falava à margem da tomada de posse do presidente reeleito da Câmara Municipal de São João da Madeira, Ricardo Figueiredo.

Em declarações aos jornalistas, Montenegro defendeu que Portugal vive “uma situação muito preocupante”, ao ter apresentado um esboço do OE para 2016 que não foi considerado credível nas previsões em que se sustenta por organismos a nível nacional, como o Conselho de Finanças Públicas ou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), e a nível internacional, como a Comissão Europeia e as agências de ‘rating’.

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O deputado social-democrata disse que o país não precisa “de um Governo zangado”, mas sim de “um Governo competente”, e pediu uma “resposta urgente” que permita “superar este coro unânime de reações negativas às suas previsões” e que “possa tranquilizar o país e a comunidade internacional”.

Luís Montenegro recuperou a imagem do automobilista usada por António Costa no debate parlamentar de sexta-feira para afirmar que o primeiro-ministro, o ministro das Finanças e os líderes do PCP, Jerónimo de Sousa, e do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, seguem todos numa mesma direção enquanto “todos os outros carros vêm contra eles e estão convencidos de que eles é que estão certos”.

“No PSD só queremos nesta fase que as políticas sejam credíveis para atingir determinados resultados, independentemente de estarmos em desacordo com elas”, disse.

Montenegro afirmou que “foi penoso ver no parlamento o primeiro-ministro enfrentar as perguntas dos partidos da oposição com displicência e com uma despreocupação, um amadorismo, uma politiquice nas suas respostas que não dignificam o debate político e não serve os interesses do país”.

“Precisamos de menos politiquice e mais política a sério, de mais preparação e competência. Este Governo ainda é muito jovem para mostrar tanta impreparação e incompetência”, defendeu.