O parlamento da Birmânia vai constituir-se esta segunda-feira com os deputados saídos das eleições de novembro, tendo o partido da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi maioria suficiente para formar Governo.

A Liga Nacional para a Democracia (LND), da oposição, de Suu Kyi, obteve 80% dos assentos em disputa no parlamento nas eleições de novembro, as primeiras depois da dissolução, em 2011, do último dos regimes militares que governaram o país durante 49 anos.

Parlamento e Governo vão continuar a estar condicionados pelos militares — a Constituição reserva-lhes um quarto dos lugares –, o que lhes permite bloquear qualquer tentativa de reforma da Carta Magna e controlar ministérios-chave, como a Defesa, Interior e Fronteiras.

Na primeira sessão parlamentar vão ser eleitos os presidentes da Câmara Alta e da Câmara Baixa, antes de estas proporem dois dos três candidatos a Presidente do país, com o terceiro a ser sugerido pelo Exército. A eleição do Presidente decorrerá em março.

Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está, porém, impedida de se candidatar à Presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros. Uma disposição que se considera feita à medida, ou seja, para visar diretamente Suu Kyi, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.

Apesar de a candidatura à Presidência ser impossível, Aung San Suu Kyi, de 70 anos, garantiu que vai dirigir o próximo Governo, depois de o seu partido ter conquistado a maioria no parlamento naquelas que foram as primeiras eleições livres em mais de 25 anos.

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