São 20 e juntos têm 1.447 anos de idade. O mais novo soprou 42 velas, o mais velho chegou às 93 – e não é o único nonagenário. O novo Conselho de Estado, agora com dedo de Marcelo Rebelo de Sousa, já está fechado e, feitas as contas, tem uma média de idades de 69 anos. “Curioso número”, como diria Mota Amaral, também ele um ex-membro do Conselho de Estado, ora na pele de presidente do Governo Regional dos Açores, ora na pele de Presidente da Assembleia da República.
E é precisamente o atual presidente do Governo Regional dos Açores o mais novo dos conselheiros de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa. Com 42 anos, Vasco Cordeiro, eleito em 2012, é mesmo o único na casa dos 40 a sentar-se à mesa do principal órgão de consulta do Presidente da República.
Adriano Moreira, fundador e ex-líder do CDS, lidera a outra lista. Com 93 anos – mais dois do que Mário Soares -, o centrista é o mais velho dos futuros conselheiros de Marcelo Rebelo de Sousa. Curiosamente, Adriano Moreira não é o único centrista a fazer parte do Conselho de Estado: o Presidente da República eleito decidiu reservar uma cadeira para António Lobo Xavier, advogado e ex-dirigente centrista – chegou, inclusive, a correr à liderança do partido, tendo sido derrotado por Manuel Monteiro.
Voltando aos nonagenários – sim, são três. Além de Adriano Moreira e Mário Soares – na qualidade de ex-Presidente da República -, também Eduardo Lourenço já passou a barreira dos 90. Com 92 anos, o ensaísta estreia-se na função de conselheiro de Estado por nomeação direta de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma estreia nestas funções.
Quem vai passar para o outro lado é Aníbal Cavaco Silva. Depois de dez anos como Presidente da República, o ex-líder social-democrata vai ter direito a sentar-se à mesa com o sucessor e com os três antecessores – Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
Por falar em Cavaco Silva, da era do ainda Presidente da República mantêm-se Luís Marques Mendes – desta vez nomeado por Marcelo Rebelo de Sousa (antes tinha sido indicado pelo PSD) – e Leonor Beleza, então escolhida por Cavaco para o Conselho de Estado. São os únicos repetentes sem ser por inerência no Conselho de Estado.
Já António Guterres volta ao Conselho de Estado, mas com outro fato. Durante os seis anos em que foi primeiro-ministro, o socialista tinha direito a sentar-se àquela mesa com o Presidente da República. Agora, foi Marcelo Rebelo de Sousa que o fez questão de chamar enquanto personalidade que merece ser ouvida em questões do maior interesse nacional. E nem por estar a braços com uma candidatura a secretário-geral da ONU, António Guterres deixou de aceitar o convite do amigo.