Pedro Sánchez, líder do PSOE e encarregue pelo Rei Felipe VI de tentar formar governo, afirmou esta terça-feira que aceita o pedido de Pablo Iglesias para voltar a reunir-se antes que as suas equipas de negociação sentem-se à mesa, desde que seja para “assinar um acordo e para isto deve-se negociar”.

“A forma de negociar de Podemos é através de conferências de imprensa. No momento em que cheguemos a um acordo, com certeza que tirarei uma foto com Iglesias”, declarou em citação do jornal El País.

O líder do Podemos havia afirmado esta terça-feira que esperava reunir-se com Sanchéz para comentar o documento entregue ao PSOE com as condições do partido para formar governo, que incluem um referendo na Catalunha, a reformulação das estruturas do Estado, a reposição dos direitos sociais e a luta contra a corrupção.

“É uma questão ao menos de cortesia. (…) Do mesmo modo que quando o PSOE fez um [documento] e eu aceitei encantado reunir-me com Pedro, que ele se reúna comigo para que lhe exponha o documento [do Podemos]”, defende. “Se Pedro Sanchéz quer ser presidente do Governo e eu vou ser o seu vice-presidente, acho que deveríamos nos reunir com mais frequência”, conclui.

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O PSOE argumentou que a reunião solicitada pelo líder do Podemos “já aconteceu” e que agora é momento de “outros contactos”. “A iniciativa corresponde ao PSOE e as comissões devem colocar-se a trabalhar”, explicou à publicação espanhola Antonio Hernando, porta-voz parlamentar do PSOE, que manifestou esta terça-feira a sua vontade de encontrar-se com Íñigo Errejón, número dois do Podemos.

Pedro Sanchéz ainda não se manifestou formalmente sobre as condições impostas pelo Podemos para formar governo, com exceção de um tema: o referendo na Catalunha.

Talvez tenha de dizer em outro idioma: não é que o PSOE não queira que a sociedade catalã não vote, mas aqueles que oferecem uma fórmula como o direito de decidir, como Podemos, devem saber que a Constituição não reconhece o fragmentar da soberania nacional. A sociedade catalã não merece uma votação para votar sim ou não em Espanha, senão uma reforma constitucional”, assegurou após reunir-se esta tarde com os partidos independentistas catalãs ERC e Democràcia i Llibertat (DiL).

O líder dos socialistas indicou ainda que não pretende contar contar com o apoio dos dois partidos para garantir a sua investidura.

Pedro Sanchéz vai debater o seu programa de governo no Congresso a 2 de março. Três dias depois acontece a votação que vai determinar a sua eleição como presidente do Governo espanhol. Caso não consiga maioria absoluta, repete-se a votação 48 horas depois com o objetivo de conseguir maioria simples.

Se o líder socialista não for eleito, o Rei Felipe VI pode propor outros candidatos à investidura, que terão até 3 de maio para formar governo. Caso não consiga, serão convocadas novas eleições para o dia 26 de junho.