A polícia brasileira admite que o antigo chefe de Estado do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva poderá ter cometido “práticas criminosas” relacionadas com o escândalo de corrupção na petrolífera estatal Petrobras, noticia esta segunda-feira a imprensa local.

Segundo documentos a que o jornal Estado de São Paulo teve acesso, há suspeitas que a construtora Odebrecht tenha “custeado a construção” da sede do Instituto Lula, entidade dirigida pelo antigo Presidente brasileiro.

Em causa, segundo os documentos, está uma nota encontrada num telemóvel de Marcelo Odebrecht, atualmente detido, em que aparece escrita a frase “Prédio (IL)” e um valor superior a 12 milhões de reais (cerca de 2,9 milhões de euros).

A equipa de análise da Polícia Federal considera “possível” que o “Prédio (IL)” seja o Instituto Lula, com sede em São Paulo.

“Caso o Prédio (IL) se refira ao Instituto Lula, a conclusão mais plausível será a de que o grupo Odebrecht tenha pago a construção da sede e outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva”, acrescenta.

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O texto sublinha que o “possível envolvimento do ex-Presidente da República em práticas criminosas deve ser tratada com parcimónia”, o que, na opinião do comissário, “não significa que as autoridades policiais deixem de exercer o seu papel constitucional”.

O Instituto Lula, por seu lado, afirmou que a entidade foi fundada em 2011 no mesmo local onde funcionava o Instituto Cidadania e o antigo Instituto de Estudos e Investigações dos Trabalhadores, o que demonstra que o organismo “nunca construiu nenhum edifício”.

Lula da Silva está a ser alvo atualmente de várias investigações, uma das quais relacionadas com “branqueamento de dinheiro” associado à corrupção na Petrobras.

O Ministério Público quer esclarece se Lula da Silva é proprietário de um apartamento no edifício Solaris, situado em Guarujá, no litoral do estado de São Paulo, que está registado em nome da construtora OAS, também envolvida no escândalo da petrolífera.

A justiça autorizou que o ex-chefe de Estado seja também investigado para saber se é proprietário de uma propriedade rural que tem frequentado nos últimos anos.