O presidente checo, Milos Zeman, apelou a um referendo sobre a permanência do país na União Europeia e na NATO, apenas uma semana após o Reino Unido ter votado a saída da UE, informou esta sexta-feira a rádio pública checa.

O chefe de Estado da República checa, associado a diversas declarações polémicas e a uma feroz retórica anti-imigração, defendeu esta posição durante um encontro com eleitores na noite de quinta-feira numa pequena cidade.

Zeman insistiu no entanto que votaria contra uma separação do clube europeu, mas defendeu a consulta em nome da “liberdade de expressão”.

“Não estou de acordo com os que são a favor da saída da UE”, sublinhou.

“Mas farei o meu melhor para que se realize um referendo, para que eles se possam exprimir. A mesma coisa é válida para a saída da NATO”, afirmou ainda.

A República checa, que aderiu à NATO em 1999 e à UE em 2004, não tem lei sobre o referendo.

No entanto, o parlamento começou a discutir em março um projeto-lei que admite a convocação desta consulta, e que necessitará do apoio de 120 dos 200 deputados para ser aprovada.

O texto prevê a possibilidade de organizar um referendo caso seja solicitado por pelo menos 250.000 cidadãos neste país com 10,5 milhões de habitantes.

No entanto, a consulta não poderá relacionar-se com questões que impliquem uma violação dos compromissos internacionais do país, como a saída da UE ou da NATO.

Uma sondagem divulgada em junho pela agência Median indicou que 49% dos inquiridos defendem a permanência da República checa na UE, enquanto 34% referiram que votariam pela saída.

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