Cerca de 100 trabalhadores da Soares da Costa concentraram-se esta segunda-feira frente às instalações da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), no Porto, reivindicando o pagamento dos salários em atraso.

Numa resolução provada por unanimidade e que foi entregue na ACT, os manifestantes lembram que não se pode permitir que estes trabalhadores e suas famílias estejam já numa “situação de rutura económica e social, porque há pessoas sem receber qualquer valor há 4, 6 e 8 meses, com as consequências brutais que daí advêm”.

“Nesta conformidade, cientes que a ACT pode e deve contribuir para a solução deste grave problema, os trabalhadores da empresa Soares da Costa solicitam a intervenção imediata do Ministério do Trabalho, no sentido de que seja reposta a legalidade e o direito constitucional de receberem o pagamento do seu salário”, consideram.

Em declarações aos jornalistas, José Martins, da Comissão de Trabalhadores da Soares da Costa, salientou que os trabalhadores continuam a aderir a estes protestos, que se têm repetido, porque “vivem num sofrimento muito grande”.

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“Os trabalhadores continuam dispostos a prosseguir a sua luta, foi já apresentada uma proposta para uma manifestação junto à Assembleia da República, em Lisboa, porque não conseguem sobreviver. Ninguém consegue sustentar a sua família se não receber o seu salário que é devido”, sustentou.

Questionado sobre a criação de uma linha de crédito para ajudar no pagamento de salários a trabalhadores deslocados em Angola, José Martins considerou tratar-se de uma medida “muito positiva”, lembrando, contudo, que “há outros trabalhadores que não estão em Angola, mas que também têm salários em atraso e não estão inseridos nessa linha de crédito”.

O representante dos trabalhadores referiu ainda que está agendada uma reunião com a Administração da Soares da Costa, na terça-feira, às 15:00.

“Esperamos boas notícias, mas não temos a certeza do que aí vem. Estamos recetivos como sempre estivemos”, sublinhou.

Em dezembro de 2015, a empresa anunciou um despedimento coletivo de 500 pessoas devido às “repercussões nefastas” para a empresa da crise e da “estagnação do mercado de construção” em Portugal e em Angola, seu principal mercado.