A Polónia mobilizou mais de 40 mil homens para proteger centenas de milhares de jovens peregrinos que participam, a partir desta terça-feira e até domingo, nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em Cracóvia.
A organização do encontro mundial de jovens católicos espera receber entre um milhão e meio e dois milhões de jovens, mas as inscrições oficiais rondam as 360 mil, incluindo cerca de sete mil portugueses.
O governo destacou 20 mil agentes, incluindo 7.500 nas ruas, nove mil bombeiros, 800 elementos do serviço de proteção do executivo e 11 mil guardas de fronteira. As autoridades polacas mantêm há semanas um discurso tranquilizador. Por um lado, não existe qualquer perigo de atentado, por outro lado, estão a fazer tudo para impedir qualquer tentativa.
Depois do tiroteio de Munique (sul da Alemanha), do ataque de Nice (sudeste de França) e dos atentados de Paris e Bruxelas, toda concentração importante parece ser potencialmente um risco.
Além do dispositivo de segurança em Cracóvia e nos restantes locais que o papa vai visitar, a Polónia – que integra o espaço europeu Schengen de livre circulação – restabeleceu os controlos nas fronteiras comunitárias, nos portos e aeroportos, a 4 de julho, na véspera da cimeira da NATO e vai mantê-los até ao fim da JMJ.
Para facilitar as operações, os aeroportos de Cracóvia-Balice e Katowice-Pyrzowice vão contar, durante a JMJ, com guardas de fronteiras de Portugal e Itália (no primeiro) e da Bélgica e Espanha (no segundo).
O governo polaco não quis divulgar o custo da segurança destas JMJ, mas o projeto de orçamento para este ano, aprovado em setembro passado, incluía uma provisão especial de cerca de 23 milhões de euros.
As medidas de segurança foram também reforçadas nos locais de encontros com o papa Francisco, que vai chegar a Cracóvia na quarta-feira.
O chefe da Igreja católica parece um alvo potencialmente provável para fanáticos religiosos islamitas.
O atentado na praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981, do turco Ali Agca contra João Paulo II mostrou, há 35 anos, que um papa também está tão exposto a este perigo como um líder político.