O Governo formalizou esta quarta-feira o pedido ao conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para prolongar funções até ao final de agosto devido à impossibilidade de nomear uma nova administração até 31 de julho. A formalidade responde à condição colocada pela equipa da gestão, que só avalia prolongar funções através de pedido por escrito.

Na carta enviada ao presidente do conselho de administração da CGD, Álvaro Nascimento, a que a Lusa teve acesso, o ministro das Finanças, Mário Centeno, solicita que “aceite prolongar as mesmas [funções] até ao dia 31 de agosto”, tendo em conta “a impossibilidade de nomear até ao dia 31 de julho um novo conselho de administração”.

Mário Centeno sublinha “as consequências” que “podem advir para a estabilidade do sistema bancário” e garante que estão a ser tomadas as “necessárias medidas para a concretização recapitalização do banco público.

“Faço-o na convicção de que o conselho está na disposição de manter a atitude de cooperação e o espírito de missão em prol do interesse público demonstrado”, apela o governante, deixando ainda um agradecimento a “todo o trabalho desenvolvido”.

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Segundo o Negócios, a administração da CGD tinha exigido um pedido, por escrito, ao Governo para aceitar manter-se em funções até 15 de agosto.

“O ministro das Finanças [Mário Centeno] reuniu-se na passada quinta-feira com a atual administração da CGD para pedir aos administradores que aceitem manter-se em funções até 15 de agosto”, noticiou o Negócios, lembrando que a equipa de gestão liderada por José de Matos “mostrou disponibilidade” para analisar o pedido do responsável pelas Finanças.

Em causa está o atraso no processo de aprovação da futura equipa de gestão da instituição financeira, liderada por António Domingues, que aguarda aprovação do Banco Central Europeu (BCE).

A atual administração renunciou a 21 de junho, decisão que implicaria a sua saída a 31 de julho.