Perante 200 mil jovens, presentes no parque Blonia, uma área de quase 50 hectares no meio da cidade de Cracóvia, o cardeal Stanislaw Dziwisz disse, em seis línguas: “Caros amigos: bem-vindos a Cracóvia“. A missa, celebrada pelo cardeal de Cracóvia ao fim da tarde desta terça-feira, marcou o início da 14.ª edição das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que decorre naquela cidade polaca até ao próximo domingo, dia 31.
O Papa Francisco chega esta quarta-feira à Polónia, para participar nas celebrações, e vai aproveitar a viagem para visitar o campo de extermínio nazi de Auschwitz/Birkenau, e homenagear S. João Paulo II — o impulsionador das Jornadas, e natural de Cracóvia.
As JMJ em números:
↓ Mostrar
↑ Esconder
356 mil peregrinos inscritos
13 mil padres
850 bispos e cardeais
19 mil voluntários
800 eventos, em 33 línguas
10 mil grupos internacionais inscritos
37 mil espaços para acampamento
Oficialmente inscritos para as atividades oficiais da semana estão cerca de 360 mil jovens. A organização espera, contudo, que a missa do próximo domingo, celebrada por Francisco no parque Blonia, tenha entre um milhão e meio e dois milhões de jovens. Com sete mil inscritos, Portugal é o nono país com mais participantes nas JMJ. Os jovens portugueses organizam já esta quarta-feira uma iniciativa em Cracóvia, a “LusoFesta”.
Durante a tarde desta quarta-feira, os “jovens das 21 dioceses portuguesas, dos movimentos juvenis e os seis bispos portugueses que acompanham os jovens à JMJ” participam neste encontro, no Centro de Congressos de Cracóvia. Com eles, vai estar a fadista Cuca Roseta, que “vai cantar e partilhar o seu testemunho de vida cristã”, informa o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que organiza o encontro.
O Presidente da República também se associou a este evento. Numa mensagem enviada aos jovens portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa disse que irá acompanhar “a título pessoal” o percurso dos portugueses “com Francisco”. Na mensagem, o Presidente disse ainda que acredita que “a Juventude tem o dever de encabeçar a causa dos que mais sofrem, mais são excluídos, mais são esquecidos nas periferias das nossas vidas e comunidades”.
Uma ideia de S. João Paulo II em 1984
Quando, a 22 de abril de 1984, o Papa S. João Paulo II reuniu jovens em Roma após um domingo de ramos para celebrar com eles o Ano Santo da Redenção, ninguém previa que, em 2016, a organização das Jornadas Mundiais da Juventude esperasse perto de dois milhões de jovens para uma missa com o papa.
Foi nesse ano que começou a história do maior encontro de jovens católicos do mundo. Em 1984, S. João Paulo II entregou a cruz, que ainda hoje anda de país em país, aos jovens, e convidou-os a regressar no ano seguinte, para um ano internacional da juventude. Nesse regresso, o papa instituiu oficialmente as Jornadas Mundiais da Juventude. As primeiras foram em março de 1986, e foram celebradas em vários locais do mundo, com os olhos postos em Roma.
No ano seguinte, S. João Paulo II cumpriu a promessa de levar as celebrações aos jovens de todo o mundo. Ficou decidido que nos anos ímpares a Jornada seria num local fora de Roma. Buenos Aires, a capital da Argentina, foi a primeira paragem, em 1987. Desde então, Espanha, Polónia, Estados Unidos, Filipinas, França, Canadá, Alemanha, Austrália e Brasil já receberam a iniciativa.
A ideia, lançada por S. João Paulo II, foi continuada posteriormente por Bento XVI e por Francisco. Cracóvia, a cidade natal de Karol Wojtyła, foi escolhida pelo Papa Francisco para celebrar este ano as JMJ. O anúncio foi feito no final da missa que encerrou as Jornadas do Rio de Janeiro, em 2013:
https://www.youtube.com/watch?v=vVGwqjN1C1U
No final da celebração do próximo domingo, o Papa Francisco fará o anúncio da próxima localização das Jornadas, em 2019, e deverá confirmar o que já se sabe — que serão no Panamá, seguindo a lógica instituída nos últimos anos, de alternar entre uma cidade na Europa e uma cidade noutro lugar do mundo.
(Editado por Filomena Martins)