O líder do governo espanhol em funções, Mariano Rajoy, disse esta terça-feira que, “se Pedro Sánchez mantém o ‘não’, voltaremos a repetir as eleições”. A ameaça de terceiras eleições surge na sequência de um encontro, esta manhã, entre Rajoy e Pedro Sánchez, líder dos socialistas do PSOE. O encontro não correu da melhor maneira para o líder do PP, vencedor das eleições de dezembro e junho. Sánchez recusou a proposta de grande coligação proposta por Rajoy “porque a esquerda não os vai apoiar”, avança o El País.

“Que assuma a sua responsabilidade e comece a negociar com os seus aliados potenciais”, disse Pedro Sanchéz. O líder socialista disse ainda que o PP deverá procurar “a via dos 179 deputados que tornaram possível o controlo da mesa do Congresso”. O PP está à frente do Congresso devido ao apoio do Ciudadanos, do PNV (do País Basco), da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) e também da Convergência Democrática da Catalunha.

Rajoy precisa do PSOE e do Ciudadanos

Os encontros que Rajoy teve esta terça-feira com Sánchez, e que tem na quarta-feira com Alberto Rivera, do Ciudadanos, têm como objetivo tentar garantir a aprovação do Congresso para formar um governo de grande coligação.

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O PP foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho, tal como já acontecera a 20 de dezembro do ano passado, mas não conseguiu uma maioria que lhe permita formar governo sem apoios.

Na sexta-feira passada, Rajoy encontrou-se com o rei, Felipe VI, e anunciou que iria tentar acordos, mas não submeter-se a uma votação de investidura. Para o conseguir, necessita, pelo menos, que o PSOE e o Ciudadanos se abstenham na votação. É isso que esperava garantir com estes encontros.

O PSOE ficou na segunda posição, conquistando 85 lugares, enquanto a aliança de esquerda Unidos-Podemos ficou em terceiro, com 71 deputados. A quarta formação mais votada foi o Ciudadanos, que alcançou 32 assentos.

Rajoy tem vindo a colocar a responsabilidade de evitar novas eleições nas mãos do PSOE e do Ciudadanos, e o objetivo é que o novo governo ainda seja investido antes de 26 de agosto.