Os problemas com que as gerações passadas lidavam estão longe de ser os problemas de hoje. Desde o hábito do Snapchat ao Instagram, os empregos cada vez mais passados ao computador e as horas que perdemos ao telemóvel, nunca antes estivemos tão expostos a tecnologia. Os cientistas andam a mil a tentar perceber de que forma todas estas novas formas de comunicação nos vão afetar a longo prazo. E quando chega à beleza? Como escreve o site especializado Byrdie, sendo um fenómeno relativamente recente, ainda não conseguimos saber sequer metade dos danos que isto pode estar a fazer à nossa pele.
Os cientistas têm agora novas preocupações: entender se a luz azul é, ou não, uma ameaça a nível de envelhecimento, ou se o hábito de estarmos com o telemóvel na cara antes de adormecer nos vai afetar a longo prazo. Um estudo realizado pelo Vision Council com mais de 100 mil pessoas nos EUA concluiu que cerca de 70% dos jovens até aos 35 anos sofrem do chamado distúrbio do olho digital, cujos sintomas podem incluir irritação dos olhos, dores de cabeça, olhos cansados, olheiras, dores de costas e pescoço.
Se é uma pessoa das tecnologias — quem é que hoje em dia não é — saiba as preocupações que tem de ter para tentar proteger a sua pele destas modernices.
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Já conhece a “cara de telefone”?
Lady Gaga cantava sobre a “Poker Face” mas, pelos vistos, o problema agora é mesmo a “Phone Face”, nome criado para designar os pacientes que começaram a surgir com uma espécie de dermatite criada pelo tempo que passam com o telefone encostado ao rosto enquanto falam. Os dermatologistas criaram esta designação para explicar este tipo de acne que só aparece de um lado do rosto. Se pensarmos que o nosso telefone anda aos trambolhões dentro da mala, que o pousamos em qualquer lado como o banco do autocarro ou a mesa do restaurante, e que mesmo quando não nos desapegamos do precioso aparelho, passamos o dia às mensagens e a rolar pelo Instagram com os dedos, chegamos à mesma conclusão: bactérias. Quando falamos ao telefone e o colamos ao rosto, temos uma enchente de bactérias a passar para a pele.
O que fazer? Ter consigo toalhitas antibacterianas para desinfetar o telefone é uma boa opção mas talvez pouco prática. Ou, se o fizer em público, pode parecer paranoica demais. Mas limpar diariamente o telefone em casa ao final do dia com produtos próprios já vai ajudar. E usar mais vezes o velhinho kit mãos livres, isto é, os auriculares com microfone.
As “selfies” envelhecem
Impossível alguém fugir a esta moda quando até já há maquilhagem que faz com que a nossa pele fique com melhor aspeto numa fotografia. Mas, ironicamente, o ato de tirar uma selfie envelhece. Fora de dramas, o site Byrdie explica: os ecrãs nos nossos telefones, tablets, computadores e até televisão emitem luz azul, mais conhecida por HEV, que tem um comprimento de onda semelhante aos raios UV. Isto significa que, embora ainda sem estudos comprovados, esta exposição pode, eventualmente, resultar em alguns dos mesmo efeitos – pigmentação e manchas escuras na pele, além da degradação acelerada do colagénio.
Algumas marcas já começam a pensar nesta epidemia das tecnologias. Em declarações à revista britânica Look, Dimitri James, fundador da marca de cosméticos Skinn, diz que a luz HEV penetra mais profundamente do que os raios UV, acelerando o envelhecimento, as manchas, perda de volume e rugas.
O que fazer? Pode usar um filtro de luz azul no ecrã do seu computador, reduzir ao máximo a luz do seu telefone, usar protetores solares físicos (ao invés dos meramente químicos) porque duram mais tempo na pele e cosméticos que contenham bloqueadores de luz azul. O ingrediente-chave chama-se Liposhield HEV melanin e ainda existe em poucas marcas: Soap & Glory, Nassif e Skinn são três exemplos, mas não estão à venda em Portugal.
Flacidez provocada pelo “pescoço de tecnologia”
Os especialistas alertam para o gesto de estar constantemente a olhar para baixo que coloca cerca de cinco vezes mais força na gravitação normal da nossa pele, pescoço e coluna vertebral. A postura até já ganhou um nome — “pescoço de tecnologia” –, e em comportamentos repetitivos os efeitos vão ser visíveis: flacidez e a chamada “papada” no pescoço em mulheres cada vez mais novas.
O que fazer? Diminuir as horas que passa com a cabeça baixa a olhar para o telefone seria uma boa ideia, mas cremes de firmeza e tonificação com ingredientes comprovados de construção de colagénio já ajudam: Ramnose, Retinol e Vitamina C são alguns exemplos. Na hora da aplicação do creme, tem obrigatoriamente de o esticar até ao pescoço, massajando com movimentos ascendentes suaves para combater a gravidade.
As redes sociais e as insónias
Quantas vezes fica na cama, até adormecer, com o telefone na cara a saltar do Instagram para o Facebook e para o Snapchat? Além do envelhecimento, os especialistas acreditam que a luz HEV emitida pelos ecrãs pode afetar a forma como o nosso corpo produz melatonina, a hormona responsável por controlar o nosso ritmo de sono. O que acontece é que quanto mais tempo passa com o telefone ligado (à espera que o João Pestana chegue), mais tarde vai dormir e menos sono vai ter, o que contribui para sonos cada vez menos restauradores. Sendo o sono essencial para uma pele saudável, talvez a razão para as olheiras, os papos, a pele seca e as linhas mais visíveis seja o tempo que passa a saltar de rede social em rede social na cama.
O que fazer? Pode ligar os filtros noturnos no seu telefone (como as cores invertidas nas definições do iPhone) para, pelo menos, bloquear alguma da luz azul que incide na pele todas as noites. E substituir as redes sociais por um livro, por exemplo, já é um primeiro passo. Pode também usar produtos faciais noturnos que funcionem como reparadores da pele durante o sono, como a Sleeping Mask de Shiseido.
O efeito óculos de sol
Os óculos de sol servem exatamente para nos proteger dos raios UV e, principalmente, para evitar estarmos constantemente a cerrar os olhos na rua. Mas o brilho dos ecrãs e as letras demasiado pequenas fazem com que façamos o mesmo. Só que desta vez, não só na rua mas durante o dia todo e até à noite, na cama. Este hábito repetitivo leva diretamente para pés de galinha mais pronunciados e rugas ao redor dos olhos. Além disso, quando estamos sentados ao computador temos o hábito de piscar os olhos muito menos vezes, o que leva à secura, dores de cabeça, comichão e uma maior tendência para esfregar os olhos — olá olheiras.
O que fazer? Escurecer o ecrã à noite e aumentar o tamanho das letras é uma opção. Mas usar um creme de olhos também é importante para manter a pele hidratada e retardar as rugas ao redor dos olhos. Use produtos diários que refresquem, hidratem e revitalizem a zona dos olhos, como o Pep Start de Clinique.