O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) deu esta quinta-feira dez dias à administração da transportadora aérea SATA para a resolução de questões pendentes, admitindo tomar medidas de protesto, não estando excluída a greve.

“O que ficou decidido foi darmos mais um tempo ao conselho de administração para podermos resolver todas as questões que estão em apreço desde há algum tempo e que, caso continue a haver uma intransigência sem razão, tomaremos medidas mais fortes”, afirmou à agência Lusa o porta-voz do SNPVAC, Bruno Fialho, garantindo contudo que “essas medidas não irão prejudicar nem os Açores, nem os açorianos”.

No final de um plenário de trabalhadores da SATA em Lisboa, Bruno Fialho adiantou que entre as matérias está a “gestão profissional” da empresa.

“Estamos agastados com uma gestão que tem sido feita por agentes sem experiência no setor da aviação e que, reiteradamente, tem tomado decisões que trouxeram enormes prejuízo para a empresa e sem quaisquer benefícios para os Açores e para os açorianos”, afirmou, referindo que o sindicato quer ainda saber o que o acionista, a região, vai fazer no futuro, depois de “ano após ano” ter imposto à SATA Internacional a realização de voos “sem retorno satisfatório”.

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A estas somam-se questões laborais, apontou Bruno Fialho.

Segundo o responsável, o sindicato apresentou propostas que “visam reduzir substancialmente os custos operacionais, que permitiram salvaguardar postos de trabalho, efetivar os contratados a termo certo e, consequentemente, diminuir o efeito nocivo que os cortes salariais têm tido no vencimento” dos trabalhadores.

Bruno Fialho rejeitou que a posição do sindicato, que representa cerca de 200 tripulantes de cabine da companhia aérea açoriana, seja um ultimato à empresa.

“É darmos uma hipótese à administração da SATA de reverter certas opções que tem tomado, o ultimato será dado se o conselho de administração continuar a agir da mesma forma que age”, declarou, referindo que o prazo termina no dia 15.

Sobre as medidas de protesto previstas, o sindicalista informou que passam por explicar à população as razões da luta.

“O que queremos fazer num primeiro momento é demonstrar cabalmente que sempre lutámos pelos interesses dos Açores e dos açorianos”, declarou.

Questionado sobre a eventualidade de realização de greve, o porta-voz respondeu que o sindicato não quer chegar “a esse ponto”, salientando que o sindicato está “a dar uma oportunidade aos outros intervenientes de solucionarem esta situação”.

“Estamos há cerca de oito meses a falar sobre eles (os problemas) e chega a um limite em que as pessoas não podem consentir que o outro lado esteja a protelar a situação repetidamente”, frisou Bruno Fialho, acrescentando que o sindicato vai solicitar uma reunião urgente com a administração da SATA.